Em entrevista coletiva, presidente do clube pernambucano mostra preocupação com exposição de assuntos internos. Time não vence há cinco jogos
Goleada sofrida, áudio vazado do treinador Vanderlei Luxemburgo e muros pichados em protesto. O Sport vive seu momento mais conturbado na temporada, após uma série de cinco jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro, ampliada no último sábado com a derrota por 5 a 0 para o Grêmio. A pressão da torcida e a exposição de assuntos internos causaram uma crise no clube pernambucano, o que gerou a convocação de uma entrevista coletiva por parte do presidente Arnaldo Barros nesta segunda-feira.
Após o revés para o Grêmio, uma gravação de Vanderlei Luxemburgo dando uma bronca nos jogadores do Sport veio a público. Aos berros e com xingamentos, o treinador cobra os atletas, diz que “tem que ter vergonha na cara” e aponta que todo o grupo é culpado pelo mau momento.
Segundo Barros, o problema no episódio não é o conteúdo do áudio, mas a exposição dos bastidores do clube.
“Isso não nos preocupou ou incomodou porque o conteúdo do áudio não tem nada demais. O vazamento nos preocupa porque ele reflete que alguém do grupo, e aí eu não posso acusar ninguém, entendeu que o grupo não é capaz de resolver seus próprios problemas e achou que alguém de fora poderia intervir e resolver. Isso não é bom e não é responsável para com o clube. Foi uma atitude isolada na qual já tratamos internamente e na qual não concordamos e espero que não torne a acontecer”, disse Barros.
A queda do Sport no Campeonato Brasileiro – o time ocupa atualmente a 11ª posição na classificação – causou o descontentamento não apenas dentro do clube, mas fora também. Os muros da Ilha do Retiro, estádio da equipe de Recife, foram pichados. Um dos alvos do protesto foi o atacante Diego Souza, que no entendimento dos torcedores não vem rendendo o esperado, principalmente após ele não conseguir a transferência para o Palmeiras neste ano.
“A pichação é uma forma de manifestação e protesto legítima. O protesto existe e a única coisa que discordamos é que não deveria atingir o patrimônio comum do clube. Sobre a reivindicação não tenho nada a contestar. Eu particularmente não personificaria ou individualizaria o mau momento em ninguém. Cada um de nós tem uma pequena parcela na hora do sucesso e do insucesso”, falou Barros.