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Tite identifica problema no meio e Renato Augusto vira alternativa

Meia ficou fora de vários treinos com dores no joelho, mas já ganhou chance contra a Suíça e pode ser solução para falta de circulação de bola

SOCHI – Em cerca de duas semanas, Renato Augusto foi de provável cortado por lesão a possível solução para um problema identificado por Tite no meio-campo da seleção brasileira: a falta de cadência e circulação da bola. Logo após o empate com a Suíça, na estreia da Copa do Mundo no último domingo em Rostov, o técnico lamentou a reação do time após sofrer o gol e disse que há momentos em que o Brasil deve ser menos “aceso”. Na ocasião, Tite mandou Renato Augusto a campo aos 22 minutos da segunda etapa, na vaga de Paulinho. As declarações dos envolvidos e também de Philippe Coutinho deixaram claro: Tite, um obcecado pelo setor de meio-campo, quer um time mais sólido.

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Tite aprovou a atuação brasileira no primeiro tempo, mas viu um time afoito após levar o gol. “Temos uma equipe acesa, que busca sempre o gol, mas às vezes é preciso trabalhar a bola atrás, fazer o adversário correr e sofrer. Depois do gol, emocionalmente a equipe sentiu. É um momento de aprendizado”, disse Tite, logo após o jogo na Arena Rostov.

Tabela completa de jogos da Copa do Mundo de 2018

Na coletiva desta terça-feira, Coutinho praticamente repetiu o diagnóstico. “Criamos bastante, poderíamos ter finalizado melhor e ter trabalhado mais a bola, isso foi conversado entre nós. Poderíamos ter virado mais o jogo, muitas vezes queremos pegar a bola e atacar, fazer o gol, então temos de ter esse equilíbrio, girar um pouco mais a bola para entrar no momento certo.”

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Antes da Copa, Tite revelou sua busca por um “ritmista”, um articulador que ditaria o ritmo do setor. Testou Diego, Lucas Lima, Rodriguinho, mas nenhum o convenceu. E é justamente nessa fragilidade do time que tanto Renato Augusto quanto Fred, os dois atletas que mais conviveram com problemas físicos durante a preparação, podem ganhar espaço.

Renato Augusto ficou quase uma semana sem treinar com bola durante a preparação na Inglaterra, alegando dores no joelho esquerdo, e levantou suspeitas de um possível corte. O jogador de 30 anos, atualmente no Beijing Guoan, da China, trabalhou com Tite no Corinthians e é admirado por sua frieza, inteligência tática e liderança.

Mesmo sem ter participado dos amistosos, Renato teve quase meia hora de jogo na estreia e participou de algumas boas jogadas de combinação. “O Renato é mais articulador e o Paulinho não estava em seu melhor dia”, justificou Tite. Na zona mista, Renato Augusto falou pela primeira vez com os jornalistas e negou que tenha corrido risco de corte. Revelou que a inflamação no joelho foi causada por excesso de treino e deu a entender que sua ausência se deu apenas por precaução.

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“Eu não cheguei abaixo do meu nível, cheguei num nível bem alto e infelizmente sofri um uma sobrecarga de peso e acabei perdendo uma parte importante da preparação, mas estou 100% e a hora que o Tite precisar estarei à disposição. Eu estava treinando normal com o grupo há duas semanas, não é porque eu não fui para o jogo com a Áustria que eu não estava treinando”, disse.

Na segunda-feira, os reservas fizeram alguns exercícios em campo reduzido. Num deles, a comissão deu ênfase à criação de jogadas contra defesas fechadas (uma tendência neste Mundial) e foi possível ver Renato com a responsabilidade de girar a bola, servir os pontas e aparecer para finalizar da entrada da área. Tanto ele quanto Fred se destacaram na atividade, uma das poucas que os jornalistas puderam acompanhar na íntegra.

Mas quem poderia sair?

Tite ainda não deu sinais claros de que mexerá no time e o treino desta quarta, que antecede a viagem a São Petersburgo, será fechado. Portanto, uma possível mudança só deve ser descoberta na quinta (caso Tite repita o hábito de não esconder o time) ou apenas no jogo da sexta-feira. A princípio, até pelo discurso de Coutinho, Tite acredita que as mesmas peças possam desempenhar o papel de “cadenciar” o meio.

“Sim, essa função é de quem está ali no meio, minha, do Casemiro, do Paulinho, temos de girar a bola, com certeza vamos ajeitar isso para o próximo jogo.” Mas caso Tite queira, de fato, alterar a formação, dois atletas surgem como candidatos a deixar o time: Willian e Paulinho.

O primeiro batalhou muito por uma vaga no time titular e mostrou serviço nos amistosos contra Croácia e Áustria, convencendo o treinador de que era a opção mais adequada na disputa com Fernandinho. Mas não brilhou na estreia, em jogo em que o lado direito foi pouquíssimo acionado – devido à qualidade de Marcelo, Neymar e Coutinho no canto oposto, mas também por causa da falta de circulação de bola. Caso Willian deixe o time para a entrada de Renato, o Brasil voltaria a atuar com a formação das eliminatórias.

Já Paulinho, segundo revelou o próprio Tite no período de preparação, recebe cuidados especiais por estar desgastado fisicamente – está há quase dois anos sem férias, depois de ter trocado a China pelo Barcelona. Após o empate, o meio-campista, um dos destaques do Brasil nas eliminatórias, disse estar preparado para a sequência do Mundial.

“Claro que tem o cansaço, principalmente depois que a Suíça empatou, mas todo jogo gera cansaço. Todos perguntam sobre minha condição física, até o professor Tite falou, mas trabalho muito com a preparação física e os fisioterapeutas para que eu possa sempre estar bem para as partidas.”  O Brasil enfrenta a Costa Rica na sexta-feira, às 9 horas (de Brasília).

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