O River Plate está se movimentando de forma estratégica ao abrir seu “Financial Trust”, um programa de arrecadação de fundos que busca angariar 20 milhões de dólares (cerca de R$ 120 milhões). Esse montante será integralmente destinado ao desenvolvimento e melhoria da infraestrutura do clube. Com foco nas longas reformas do Monumental de Núñez, o clube almeja não apenas aprimorar seu estádio principal, mas também investir nos estádios das categorias de base, em um ginásio poliesportivo e na expansão do Instituto River.
Pensando além do campo, o River Plate quer modernizar suas instalações e oferecer melhores condições para seus atletas e estudantes. Esse projeto massivo de infraestrutura visa transformar o clube em um modelo de referência para outros times sul-americanos, especialmente pelo investimento em categorias de base e esportes olímpicos. Entretanto, essa iniciativa acontece em meio a uma polêmica na Argentina, envolvendo o governo e a Associação de Futebol local sobre a privatização de clubes, tema que divide opiniões entre os dirigentes.
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Por que o River Plate está optando por investimentos privados?
O grande questionamento em torno dessa decisão é sobre o modo como o clube irá arrecadar os fundos. O River Plate escolheu a antecipação de créditos através do “Financial Trust”, onde investidores poderão adquirir ações a partir de 12 mil pesos (R$ 67,4), com a promessa de retorno em 30 meses, com correção pela inflação e juros de 9%. No Brasil, esse tipo de operação é denominado debênture, uma prática antiga de captação de recursos por meio de títulos de posse.
A estratégia do clube é clara: encontrar uma alternativa mais econômica e eficiente que um empréstimo convencional, permitindo realizar as obras sem comprometer totalmente seu caixa. Embora o River tenha fundos suficientes, utilizar esse método preserva suas reservas para futuras necessidades, sem recorrer a empréstimos bancários tradicionais, que costumam ser mais caros.
Qual é a visão do River Plate sobre as SADs?
Na Argentina, as Sociedades Anônimas Desportivas (SAD, praticamente o mesmo método das SAF no Brasil) são um tema controverso. Atualmente, são proibidas pelo estatuto da Associação de Futebol Argentino (AFA), resultando na desfiliação de qualquer clube que adote esse formato. No entanto, o presidente argentino Javier Milei defende o investimento privado no futebol, tentando alterar a legislação vigente. Mesmo diante desse cenário de incerteza, o River Plate opta por não se envolver diretamente nessa disputa e foca em estratégias de investimento alternativas.





