Dono de recordes e grande protagonista do Barcelona na temporada, atacante gaúcho diz que "estar entre os indicados já seria uma grande vitória"
Trecho da entrevista exclusiva com Raphinha publicada na PLACAR de maio, edição 1523, já disponível em nossa loja
Raphinha tem todos os motivos para se permitir sonhar com a Bola de Ouro, o prêmio oferecido pela revista France Football ao melhor jogador do mundo, da temporada 2024/25. O astro brasileiro do Barcelona, no entanto, não se deixa levar pela euforia. Em entrevista exclusiva à PLACAR de maio, o atacante gaúcho se mostrou orgulhoso de sua redenção, independentemente de premiações individuais.
Raphinha soma 31 gols e 25 assistências em 57 jogos nesta temporada. Ele se tornou o atleta brasileiro com mais gols em uma edição de Liga dos Campeões (13) e superou o melhor ano de Neymar no clube em participações em gols (56 contra 53). O rendimento coletivo acompanhou o brilho individual: o Barça já ergueu a Copa do Rei e está perto de reconquistar LaLiga.
“Se eu falasse que não é o melhor momento da minha carreira, estaria mentindo. Afinal, são números altíssimos, né? Mas é resultado de muito trabalho, não somente de uma temporada, mas de uma carreira inteira”, garante o atacante canhoto de 28 anos. Raphinha, no entanto, jura não se entusiasmar sobre Bola de Ouro.
“Cara, eu tento evitar ao máximo pensar nisso. Os prêmios individuais são consequência dos prêmios coletivos. Não é um sonho. Muita gente não acredita quando falo isso, mas realmente não é, não tenho essa meta. Meus objetivos pessoais são ganhar títulos nos lugares onde eu passo, entregar o meu melhor, e consequentemente, os prêmios individuais vão acontecer. E se não acontecer também, tudo bem. Eu sei aquilo que que sou, minha família também, e isso é o que importa, entendeu?”
“Sinceramente, se eu for nomeado para estar presente na cerimônia, já será uma vitória imensa, depois de tudo que passei, de onde eu vim, e por tudo que já escutei. Não preciso ganhar o prêmio para ser um vencedor, entendeu? Obviamente, se eu falasse que não escuto as pessoas falando sobre Bola de Ouro seria mentira, não tem como ignorar. Mas eu tento deixar isso de lado e focar nos bons resultados para o time”.
Raphinha elencou os motivos que levaram à sua redenção no Barcelona. “São muitos fatores. Uma delas é minha mentalidade de saber que eu tenho que me adaptar e jogar em outras posições. Outra foi o treinador [Hansi Flick] falar comigo e demonstrar a confiança que tinha em mim e a importância que eu teria dentro e fora de campo. Ele é um técnico que se preocupa muito com o jogador, não deixa ninguém de lado. Um dos fatores mais importantes para eu ter ficado foi a conversa que tivemos. Hoje estou num lugar onde sempre sonhei, adaptado, e tenho a confiança de todos.”
O brasileiro se disse orgulhoso de ter sido escolhido um dos capitães do Barcelona na temporada, nas ausências de Ter Stegen, Ronald Araújo e De Jong. “Era algo que eu não esperava. Acredito que no vestiário há diversos jogadores com postura de liderança, vários capitães. Talvez a minha maneira de ser, de repente, fez com que me elegessem. Obviamente fiquei muito lisonjeado, afinal jogar com essa camisa sempre foi meu sonho. Levar a faixa de capitão é algo muito especial.”