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‘Novo volante’, Alisson celebra redenção e quer mais títulos no São Paulo

Em entrevista à PLACAR, jogador reforçou gratidão ao clube e contou como foi recuar do ataque para uma função mais defensiva

O São Paulo quebrou jejuns e conquistou os títulos da Copa do Brasil 2023 e da Supercopa Rei de 2024 nos últimos meses. Alisson, um dos pilares do Tricolor, não está satisfeito e quer liderar a equipe em novas campanhas vitoriosas, especialmente na competição favorita da torcida, a Copa Libertadores.

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Titular em boa parte das partidas desde que desembarcou no MorumBis, em 2022, o jogador enfrentou críticas da torcida, delicado momento psicológico e até uma mudança de posição. Nesta temporada, entrou em campo 22 vezes, e se destacou em uma equipe que promete voos ambiciosos.

Em entrevista à PLACAR, Alisson falou sobre o momento positivo, dificuldades no início da passagem pelo São Paulo, relatou o processo de mudança na carreira e fez questão de deixar claro que, no momento, seu maior objetivo é conquistar a América.

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“Como eu disse, tenho gratidão enorme pelo clube, quero continuar fazendo história aqui dentro. Meu sonho aqui hoje, sem dúvidas, é conquistar a Libertadores. É um título que ainda não tenho na carreira e espero junto com meus companheiros conquistar”, admitiu o volante.

Em grande fase, o jogador vive um dos melhores momentos de sua carreira, especialmente por uma transição no jeito de jogar. E foi essa “revolução” aos 30 anos, saindo da função de atacante pelos lados e se tornando um volante, que abriu portas para uma maré favorável. Segundo o jogador com passagens por Cruzeiro, Vasco e Grêmio, a virada de chave partiu de diálogo e sinceridade.

“Virar volante surgiu em uma conversa bem legal com o Lucas Silvestri (auxiliar de Dorival Júnior, treinador do Tricolor à época). Eu mostrei para ele que eu não estava me adaptando àquela função que eu vinha fazendo, não estava me sentindo confortável. Então ali eu recebi a oportunidade de jogar mais recuado. No início foi um pouco difícil, até por nunca ter jogado nessa função. Mas conversando, eles (comissão técnica) e meus companheiros me ajudaram bastante para que eu pudesse ficar bem”, contou o meio-campista.

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Bons jogos como volante

A mudança ocorreu em um momento intenso da temporada de 2023 e o primeiro grande teste aconteceu já no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, em clássico contra o Palmeiras. A escalação foi vista como uma surpresa, mas o desempenho justificou.

Alisson conquistou a Copa do Brasil e a Supercopa do Brasil no São Paulo – Rubens Chiri / São Paulo

Em 74 minutos, acertou 27 dos 29 passes que tentou e teve aproveitamento de 100% nas bolas longas. Ao lado de Gabriel Neves, deu sustentação defensiva e boas escolhas na saída de bola pressionada pelo rival. Ao fim do jogo, a vitória por 2 a 1 classificou o São Paulo às semifinais da competição.

A importância de Alisson no inédito título da Copa do Brasil foi incontestável. Titular na função defensiva, errou apenas 10 passes de 167 tentados nas duas partidas das semis contra o Corinthians e nas duas mãos da decisão contra o Flamengo. No Majestoso de volta, em que o Tricolor virou o agregado em um estádio pulsante a seu favor, ele ainda deixou o campo com três cortes, três interceptações e sete duelos vencidos, segundo o Sofascore.

Desde então, assumiu a posição e se firmou como um volante com regularidade no nível das atuações. Satisfeito com o status, nega ser incontestável: “Não sou absoluto, porque temos grandes jogadores aqui dentro. Mas feliz pelo momento que venho vivendo, espero continuar crescendo individualmente e ajudar meus companheiros. É continuar crescendo.”

Alisson lembrou de um período delicado em sua vida ao celebrar o bom momento. O meio-campista, hoje bem, como afirma, já enfrentou depressão, quando chegou a cogitar abandonar o futebol e a pensar em suicídio, como revelou ao programa Bola da Vez, da ESPN, em setembro de 2023.

Hoje, porém, o volante diz que todos esses problemas passaram e coloca o Tricor em seus agradecimentos pelo suporte. “Ficou no passado. Me sinto muito bem, ainda mais forte. Sou grato ao São Paulo, aos funcionários do clube, à minha família, às pessoas que estiveram do meu lado naquele momento. Mas hoje me sinto bem e espero continuar nesse caminho.”

Sempre lembrado

Ainda que não estivesse entre os nomes mais queridos no início de sua passagem, Alisson sempre foi lembrado por todos treinadores com quem trabalhou no São Paulo. Contratado há mais de dois anos, diz lembrar com carinho de Rogério Ceni.

Como volante, Alisson vive bom momento - Mauro Horita / Agência Paulistão
Como volante, Alisson vive bom momento – Mauro Horita / Agência Paulistão

“Foi ele (Rogério) quem me trouxe para o clube. Tenho uma gratidão por ele ter me dado essa oportunidade. Tivemos momentos bons aqui no clube, mas ele acabou saindo. Futebol é assim, faz parte. Chegamos em duas finais, infelizmente não conseguimos o título. E com o Dorival foi meu melhor momento: mudo de função e começo a crescer ainda mais individualmente”, contou recordando dos comandantes de 2022 e 2023.

Neste ano, foi mantido com prestígio tanto com Carpini quanto por Zubeldía. “Com o Thiago, até pelo pouco tempo, eu fico feliz pelo título que a gente conquistou. É um cara que tenho admiração também, que ele possa ser feliz agora onde ele estiver. E agora, com o Luis também venho fazendo bons jogos e espero continuar crescendo.”

Alisson tem 116 jogos pelo São Paulo. Ao todo, marcou seis gols e anotou 10 assistências. Em quase dois anos e meio no Tricolor, foi titular em 77,5% das partidas em que atuou.

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