Mário Jorge Lobo Zagallo, uma das lendas da história do futebol e ícone da seleção brasileira, morreu na sexta-feira, 5, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Uma nota de pesar foi publicada nas redes sociais do ícone brasileiro na madrugada deste sábado, 6. O tetracampeão do mundo estava internado desde 26 de dezembro e sofreu falência múltipla dos órgãos devido a progressão de comorbidades.

“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo. Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”, diz a nota.

O ex-jogador e técnico será velado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no domingo, 7. O velório começará às 9h30 e será aberto ao público, enquanto o sepultamento será às 16h do mesmo dia no Cemitério São João Batista.

Zagallo marcou época especialmente por sua paixão pela seleção brasileira e é o único tetracampeão do mundo, duas vezes como atleta, em 1958, e 1962, uma como técnico, em 1970, e outra como coordenador técnico, em 1994. Também dirigiu o Brasil nas Copas de 1974 e 1998 (na primeira foi quarto colocado e na última foi vice-campeão).

Filho de uma dona de casa e de um representante de fábrica de tecidos, caçula de dois irmãos, ele nasceu em 9 de agosto de 1931 em Maceió (AL). Aos oito meses viajou no colo da mãe para o Rio de Janeiro. Com 17 anos estreou como jogador do América. Foi ídolo do Flamengo (1951 a 1958) e do Botafogo (1958 a 1965) e ponta-esquerda da seleção de 1958 e 1964.

Entre 1950 e 1958, pelo Rubro-Negro, foi tricampeão carioca e autor de 29 gols. Transferiu-se para o Glorioso, pelo qual conquistou o bicampeonato estadual. Jogou ao lado de lendas como Garrincha, Didi e Nilton Santos, e tem uma estátua em frente ao estádio do Botafogo.

Com a camisa da seleção brasileira foi sempre vitorioso. Em 1958, ao lado de Pelé, Didi, Zito e cia., fez um dos cinco gols da vitória de 5 a 2 sobre a Suécia, na final. Quatro anos depois, em 1962, também teve atuação determinante na conquista do bicampeonato, na Copa que fez de Garrincha lenda eterna.

Canhoto, Zagallo foi pioneiro e revolucionário. Era um ponta-esquerda talentoso, que marcava gols, mas voltava para organizar o meio de campo e mesmo para defender. Hoje, a postura dele poderia ser chamada de “falso ponta”, função atualmente celebrada, mas que a Zagallo já intuía ser fundamental.

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Zagallo tinha uma verdadeira obsessão pelo número 13. A relação surgiu por causa de Alcina de Castro Zagallo, sua mulher por 57 anos, que morreu em 2012. Ela era devota de Santo Antônio, que tem o dia celebrado em 13 de junho, e por isso surgiu sua incansável busca pelas treze letras. Os dois se casaram no dia 13 de janeiro de 1955. Como jogador, Zagallo mudou o número de sua camisa por causa da superstição. Era 11 e virou 13. Ele morava no 13º andar de um prédio no Rio de Janeiro e seu carro tinha placa 1313.