Eurico aponta ‘escândalo’ de arbitragem contra o Vasco e acusa CBF de beneficiar catarinenses
Presidente do clube carioca disse que o vice da CBF e presidente da federação catarinense, Delfim Pádua Peixoto Filho, influencia nas decisões dos árbitros
O empate no Maracanã diante da Chapecoense na noite desta quinta-feira evitou que o Vasco se aproximasse de deixar a zona do rebaixamento do Brasileirão e revoltou os atletas e a diretoria do clube por causa da arbitragem. Indignado com as decisões do árbitro Rodrigo Marques Ribeiro, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, tomou o microfone da entrevista coletiva para fazer críticas profundas à CBF. Ele chegou a afirmar que há favorecimento às equipes catarinenses da competição.
Contra a Chapecoense, os vascaínos reclamaram de dois lances de bola na mão: a marcação do pênalti de Rodrigo que originou o gol da equipe catarinense e a não marcação de infração em lance do zagueiro Tiago Luís, da Chapecoense. A Chapeoense, por sua vez, reclamou de um gol anulado em lance complicado. Além desses lances, Eurico afirmou que pênaltis “escandalosos” já haviam deixado de ser assinalados ao Vasco na última rodada, em empate por 1 a 1 diante do Avaí.
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“O que aconteceu hoje foi escândalo, um escândalo. Ele marcou pênalti em que a bola bate na barriga. Levou muito tempo para marcar porque alguém mandou ele marcar. Alguém mandou por esses aparelhos de comunicação que eles usam. Árbitro quando tem convicção aponta para a marca direto. Ficou caracterizada a má intenção dele com esse ponto eletrônico.”
Eurico ainda fez acusações sérias contra o presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Delfim Pádua Peixoto Filho, que também é um dos quatro vice-presidentes da CBF, dizendo que ele tem interesses políticos e influência direta em arbitragens. Além disso, voltou a criticar a criação do torneio Rio-Sul-Minas, já batizado de Primeira Liga.
“Alertei para a situação que demonstra claramente a culpa da comissão da arbitragem e de quem tem poder sobre ela: a própria CBF. O presidente da CBF está para sair, mas não saiu porque tem um opositor, que é o presidente da Federação Catarinense. Ele tem quatro clubes (na Série A) e está mostrando sua posição. Ele disse que, se cair, só caem dois, então para isso, vão cair Vasco e Coritiba também. Inclusive com a criação dessa liga (Rio-Sul-Minas), que já classifiquei como imoral”, disse, citando também Marco Polo del Nero, presidente da entidade máxima do futebol brasileiro. Ainda partiu para acusações mais graves e específicas.
“É evidente que (Delfim Pádua) tem interferência direta na arbitragem. O árbitro recebe comunicados antes da partida. Esse presidente da Federação Catarinense vai, com a maior tranquilidade, aos vestiários dos árbitros e diz para apitar bem que com ele vai ser aspirante à Fifa. Tem de investigar essa ida dele. Isso é proibido.” Com o tropeço, o Vasco permaneceu na penúltima posição, com 28 pontos, cinco a menos que o catarinense Avaí, primeiro time fora da zona de rebaixamento.
Resposta – Delfim Pádua Peixoto Filho se defendeu e negou as acusações de Eurico, a quem chamou de mentiroso, em entrevista ao SporTV nesta sexta. “O Eurico é sempre assim, é mentiroso. Eu vi uma entrevista em que ele estava doente, e eu desejo uma boa recuperação a ele. Para que depois eu possa processá-lo pelas mentiras, calúnias e difamações. Ele é mentiroso, e o Brasil todo sabe. Muita gente no Brasil não dá crédito ao que ele diz, e ele foi muito infeliz nas suas palavras. Santa Catarina tem quatro times na elite porque, ano passado, mereceu pelo futebol que apresentou”, defendeu-se.
Delfim Peixoto, principal idealizador do projeto que nomeou o prédio da CBF como José Maria Marin, aproveitou para negar as acusações e lançar um desafio ao mandatário vascaíno. “Eu não vou a vestiário de árbitro, ia no ano passado. Quando os árbitros eram conhecidos, eu passava, desejava um bom jogo, como faço no Catarinense, e vou embora. No campeonato nacional, a recomendação da CBF é para não ir. Eu não vou e proibi que outras pessoas fossem. É mentira do Eurico. Vou fazer um desafio: quero que ele aponte um árbitro que declare que eu tenha entrado no vestiário e tenha insinuado para favorecer algum clube de Santa Catarina.”
(com Gazeta Press)