Dorival engrossa críticas contra a Bola de Ouro: ‘Injustiça’
Técnico da seleção brasileira elogia Rodri, vencedor do prêmio, mas pede reconhecimento a Vinicius Júnior e que pessoas sintam mais a dor do próximo
O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, foi mais um a engrossar críticas contra o prêmio Bola de Ouro, entregue na última segunda-feira, 28, pela revista France Football ao meio-campista Rodri Hernández, do Manchester City. Em entrevista coletiva concedida pouco após divulgar a lista de convocados para a próxima Data Fifa, o treinador citou que a não conquista de Vinicius Júnior foi injusta, mas analisou que o jogador ganhou ainda mais respeito dos brasileiros.
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“Na minha opinião, uma situação injusta, até porque é uma premiação individual. Nada contra quem ganhou o prêmio, muito pelo contrário, é o reconhecimento de um dos grandes atletas do futebol espanhol, porém o Vinicius, pelo trabalho que fez, deveria ter tido uma atenção diferente. Mas o maior prêmio que o Vinicius ganhou foi o reconhecimento e o respeito do seu povo. A grande maioria do povo brasileiro percebeu a injustiça que foi feita com o atleta que poderia ter tido a premiação com merecimento”, argumentou o treinador.
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Dorival também pediu por maior mobilização de todo país em torno da perda do prêmio pelo atacante do Real Madrid, assim como em outros momentos negativos envolvendo convocados da seleção.
“Tudo o que espero é que fomentemos ainda mais, que possamos mostrar à todos. E um fato como esse que aconteceu com o Vini nos mostra um caminho importante: que quando estamos juntos, unidos, estamos fortalecidos sempre e encontramos soluções importantes para problemas. Nosso país sempre foi assim e espero que voltemos a ter atitudes como essas, que possamos nos doer um pouco mais para o nosso próxima. O contrário do que vinha acontecendo até então quando formamos uma opinião negativa e formamos uma ideia ruim. Quando procuramos a defesa as soluções estarão sempre mais próximas. A reação e resposta dos nossos atletas será mais forte”, disse.
A vitória de Rodri no Théâtre du Châtelet cumpriu à risca as projeções feitas por PLACAR na edição de agosto. Na ocasião, a reportagem assinada por Klaus Richmond, Luiz Felipe Castro e Rodolfo Rodrigues ouviu especialistas, técnicos, fontes, além de um colegiado formado por 60 jornalistas de 21 países que atestaram que a premiação que parecia ter o brasileiro como destino certo poderia ruir. O top-3 revelado na publicação, formado por Rodri, Vini Jr e Jude Bellingham foi confirmado na mesma ordem na cerimônia francesa.
O troféu pessoal do jogador findou um jejum de 64 anos de um espanhol como melhor jogador do mundo na tradicional premiação da revista France Football. A última vez havia sido em 1960, com o compatriota Luis Suárez. Entre as mulheres, a vencedora foi a também espanhola Aitana Bonmatí, 26, do Barcelona.
A escolha considerou o desempenho dos jogadores durante a temporada europeia, abrangendo o período do segundo semestre de 2023 ao primeiro semestre de 2024. Além das competições locais, os torneios internacionais de seleções, como a Eurocopa e a Copa América, também entraram na avaliação.
O Brasil segue sem um vencedor desde 2007, quando Kaká foi eleito. A segunda colocação de Vini Jr., contudo, é a melhor de um brasileiro desde Neymar, terceiro colocado em 2015 e 2017.
Nenhum jogador, técnico ou dirigente do Real Madrid compareceu à cerimônia. Oficialmente, o clube espanhol afirmou que “não vai onde não é respeitado”. Na festividade, Carlo Ancelotti foi eleito o melhor treinador e os merengues ainda ganharam como melhor clube no futebol masculino.
Foi a primeira vez que um jogador do City venceu o prêmio. A última vez que um clube inglês havia conquistado ocorreu em 2008, quando Cristiano Ronaldo, então no Manchester United, foi eleito pela primeira vez – ele ainda ganharia mais quatro troféus.
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