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Costa Rica cozinha Inglaterra e avança na ponta do grupo

Zebra da Copa não conseguiu sua terceira vitória contra campeãs mundiais no torneio. Não importou: o empate sem gols, monótono e amarrado, já resolveu

No fim, mais pela classificação como líder do grupo do que pela atuação nesta terça, a torcida da Costa Rica festejou gritando “olé”. Não era para tanto

O grupo da morte foi encerrado nesta terça-feira com o mais improvável desfecho: a Costa Rica, apontada como candidata a saco de pancadas da chave, superou Uruguai, Itália e Inglaterra e encabeçou a classificação, avançando às oitavas à frente das três campeãs mundiais. Em seu último jogo na primeira fase, nesta terça-feira, no Mineirão, a zebra da América Central mostrou muito pouco: satisfeita com o empate, tentou deixar o tempo passar sem correr grandes riscos. Como os ingleses não tiveram talento para mudar esse quadro, a partida terminou num 0 a 0 chato e decepcionante.� A Inglaterra, que se despede de forma melancólica, depois de uma campanha que não honrou o status de campeã mundial, agora retorna a Londres. Já a Costa Rica se prepara para embarcar rumo ao Recife, onde joga no domingo, às 17 horas, pelo sonho de alcançar as quartas. Nas oitavas, os “ticos” devem enfrentar Costa do Marfim ou Japão (a Colômbia, líder do grupo, tem tudo para avançar em primeiro e encarar o Uruguai, que eliminou a Itália).

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Apesar de colocar frente a frente uma seleção já classificada e outra já eliminada, a partida desta terça em Belo Horizonte era importante, ao seu modo, para ingleses e costarriquenhos. Os europeus queriam apagar a imagem ruim deixada nos dois primeiros jogos. Já os representantes da América Central queriam garantir o primeiro lugar no grupo da morte, marcando um encontro com um adversário mais frágil, pelo menos em teoria, nas oitavas (além de evitar cair no mesmo lado da chave do Brasil, com quem o segundo lugar pode duelar nas quartas). O jogo, contudo, começou morno, com a Costa Rica mais organizada e consistente, mas aparentemente confortável com o empate (que, dependendo do placar de Itália x Uruguai, também poderia garantir a liderança à zebra da Copa). Joel Campbell, o destaque da Costa Rica no Mundial, apresentou seu cartão de visitas logo aos 2 minutos, com um chute perigoso que desviou na zaga e assustou o goleiro reserva Foster, que teve uma chance na vaga do titular Joe Hart. As chances de gol, porém, foram escassas.

Aos 22, Bryan Ruiz cobrou falta venenosa, encobrindo Foster e acertando o travessão, perto do ângulo. Aos 26, depois de um cruzamento de Milner, a bola sobrou para Sturridge, que foi derrubado no jogo de corpo dentro da área e ficou pedindo pênalti. O árbitro argelino Djamel Haimoudi mandou o jogo seguir. O mesmo sturridge teve uma boa chance aos 34, aproveitando bola escorada para o centro da área por Phil Jones e completando de cabeça, mas por cima. As torcidas trocavam provocações: quando os ingleses gritavam o nome de seu país, os costarriquenhos, com apoio dos brasileiros, puxavam um coro de “eliminada”. Com as numerosas mudanças na escalação, a equipe de Roy Hodgson sofria por causa da falta de entrosamento. Presenteados com a titularidade na despedida do English Team do Brasil, os jovens Shaw (18 anos), Barkley (20) e Wilshere (22) mostravam muita disposição, mas pouco futebol. A Costa Rica, por sua vez, limitava-se a controlar o jogo. Na volta para o segundo tempo, a Inglaterra partiu com tudo em busca de uma vitória para salvar sua honra.

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Dominando as ações ofensivas, a equipe capitaneada por Frank Lampard, 36 anos (que substituiu o outro ídolo veterano, Steven Gerrard, que ficou no banco), insistia, mas sem muita organização e nenhuma eficácia. Do lado da Costa Rica, o objetivo parecia ser mesmo apenas cozinhar a Inglaterra e especular no ataque com lances eventuais de Campbell e Ruiz. Os ingleses seguiam levando mais perigo: aos 20, Sturridge tabelou com Wilshere e chutou com efeito, tirando do goleiro Foster, mas para fora. Sturridge era o melhor da partida: aos 24, ele puxou o contragolpe mas foi interceptado ao tentar chutar. De novo, pediu pênalti – de novo, não marcado. Gerrard entrou aos 27, no lugar de Wilshere, em sua despedida das Copas. Lampard passou a braçadeira de capitão ao companheiro de meio, mas o ídolo do Liverpool não fez jus à reverência: Gerrard pouco fez, assim como seu time em toda esta Copa. Rooney também entrou, substituindo Milner a menos de 15 minutos do encerramento. No fim, mais pela classificação como líder do grupo do que pela atuação nesta terça, a torcida da Costa Rica festejou gritando “olé”. Não era para tanto – mas a façanha dos azarões é, de fato, digna de admiração.

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