Atlético-MG vira SAF: o que representa a mudança no Galo
Proposta que transforma os 4R's em donos de 75% do clube foi aprovada por conselheiros sem forte oposição
O Conselho Deliberativo do Atlético Mineiro aprovou a transformação do clube em Sociedade Anônima de Futebol (SAF), na última quinta-feira, 20. Em uma votação iniciada na parte da manhã, na sede administrativa do bairro de Lourdes, a pauta foi aprovada quando alcançou 273 votos favoráveis, contra apenas quatro contra e duas abstenções.
Com a aprovação, o Galo deu início ao processo de transformação em uma sociedade anônima. O projeto prevê que 75% do clube seja pertencente à Galo Holding – uma união entre os 4R’s, como são conhecidos os mecenas do clube, e dois fundos de investimentos -, e 25% à associação. O aporte financeiro inicial é de 913 milhões de reais, sendo 313 milhões de conversão de dívidas e os outros 600 milhões destinados majoritariamente à amortização de compromissos financeiros.
Em termos de patrimônio, a Arena MRV e o centro de treinamento Cidade do Galo serão transferidos para a Galo Holding. Por outro lado, os investidores se comprometem em sanar toda a dívida da associação.
Vem aí a maior SAF do Brasil. O Conselho Deliberativo do Galo acaba de aprovar a proposta para transformar o futebol do Clube em SAF. O valor do Clube foi definido em 2,1 bilhões de reais. Os investidores são, em sua maioria, Atleticanos, e farão um aporte de 913 milhões de… pic.twitter.com/K4xr0d1DDC
— Atlético (@Atletico) July 20, 2023
Após a aprovação, foi confirmado que Sérgio Coelho, atual presidente do clube, será o CEO da SAF. Os empresários Ricardo Guimarães, Renato Salvador, Rubens Menin e Rafael Menin, conhecidos como 4R’s, agora terão ainda mais influência no clube. Segundo o divulgado pelo projeto, os aportes acontecerão entre o fim de setembro e início de outubro.
Dentro do período em que os 4R’s estão ativos em decisões do Galo, a dívida saltou de 830 milhões para 1,8 bilhão de reais. Dentro desse período, o Atlético também teve altas na arrecadação, mas sem suprir os débitos. Em meio a isso, nem mesmo a venda do shopping Diamond Mall e as premiações por sucesso esportivo (em 2021, especialmente) foram capazes de ajudar a situação a ser revertida.
A dívida de 1,8 bilhão é composta por 600 milhões de créditos a pagar para bancos, 300 milhões para o Profut, 300 milhões para os 4R’s (valor que deve ser abatido na negociação) e 160 milhões de dívidas trabalhistas e acordos, além de 440 milhões de um financiamento para construir a Arena MRV.