Atacante já teve lapsos de craque, mas sem consistência, e brilhou fora dos gramados; Marcus é o primeiro inglês do Barça em 36 anos
O Barcelona anunciou a contratação de Marcus Rashford, nesta quarta-feira, 23. O atacante inglês chega em vínculo de empréstimo com opção de compra ao final da temporada. Ainda pertencente ao Manchester United, Rashford se candidatou a ídolo dos Red Devils desde cedo e chegou a ter lapsos de craque, mas não conseguiu entregar o que o torcedor esperava – ainda. Entenda como o menino de Manchester se tornou o primeiro inglês a vestir a camisa do Barça em 36 anos.
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Rashford é o primeiro jogador inglês a vestir a camisa do Barcelona desde Gary Lineker, de 1986 a 1989. O atacante terá a difícil missão de arrumar espaço em um trio ofensivo bem estabelecido: Raphinha, Lamine Yamal e Lewandowski. Apenas o centroavante polonês, pela idade, deve dar espaço ao recém-contratado.
Ainda assim, Rashford tem valências que podem ajudar o Barça. Apesar de não ser um centroavante, o inglês tem qualidade de finalização e pode garantir gols importantes. Em sua melhor temporada, em 2022/23, pelo United, marcou 30 gols – ampla maioria dentro da grande área.
Aos 27 anos, Rashford tem o físico atlético e muita velocidade, podendo muito bem ocupar o corredor esquerdo e ser uma ótima opção ao brasileiro Raphinha. Além disso, entramos em ano de Copa do Mundo e o inglês vai buscar minutagem para integrar a seleção de Thomas Tuchel.
📞 “Yeah… It’s official.”
Rashford follows in Lineker’s footsteps. pic.twitter.com/ZvbnDAtbax— FC Barcelona (@FCBarcelona) July 23, 2025
Rashford nasceu nos subúrbios de Manchester e passou a jogar pelo United logo com sete anos de idade. O atacante passou pelas seleções de base da Inglaterra do sub-16 ao sub-21.
A estreia no time principal aconteceu de forma histórica, em 2016, na Liga Europa. Em partida contra o Midtjylland, Marcus substituiu Martial, lesionado. Com 18 anos, Rashford marcou duas vezes na goleada por 5 a 1 e bateu o lendário George Best como o mais jovem a marcar em uma competição europeia.
Desde então, foram 426 jogos pelo United ao longo de nove anos, com 138 gols marcados e 60 assistências.
À margem das atuações de Marcus, não é como se o time de Manchester ajudasse seus jogadores. O gigante inglês vive uma crise financeira e esportiva dura – um grande exemplo é o brasileiro Antony, que precisou sair para o Bétis para voltar a se destacar na Europa.
Rashford ilustrou durante os nove anos de United exatamente a fase do clube, oscilando entre os vislumbres de glória e vexame. Se antes o atacante era visto como um sério candidato ao posto de ídolo de uma nova geração, muitos torcedores cansaram de se contentar com os lapsos e deixaram de acreditar.
Em meio a situação financeira, e comum novo projeto tocado pelo técnico português Rúbem Amorim, Rashford perdeu espaço. O atacante inglês foi emprestado na última temporada ao Aston Villa, onde conseguiu voltar a mostrar seu talento – participando de 10 gols em 17 jogos, e atuando até as quartas de final da Champions League.
Rashford anota seu primeiro gol como profissional pelo United – EFE/NIGEL RODDIS
Criado em Wythenshawe, um bairro operário ao sul da cidade, Rashford enfrentou dificuldades financeiras desde cedo. Sua mãe, Melanie, era mãe solo e muitas vezes deixava de comer para garantir que os filhos tivessem o suficiente.
Durante a pandemia de Covid-19, Rashford se destacou por uma causa que tocava diretamente sua história: o combate à fome infantil no Reino Unido. Ele lançou campanhas de arrecadação de alimentos, pressionou o governo britânico a manter os vales-refeição escolares durante as férias e ajudou milhões de crianças em situação de vulnerabilidade.
Sua atuação foi tão impactante que Rashford recebeu o título de membro da Ordem do Império Britânico (MBE) em 2020. Além disso, foi reconhecido mundialmente como um exemplo de atleta engajado e consciente do seu papel fora das quatro linhas.
Rashford é condecorado membro da Ordem do Império Britânico – Divulgação / United
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