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Maracanã: governo aceitará pagamento anual ainda menor

Vencedor da concessão gastará apenas 4,5 milhões de reais por ano. Ao final do acordo, terá pago 153 mi, menos que receita estimada para apenas um ano

Na comparação com a proposta inicial apresentada em outubro, o governo aumentou o valor dos investimentos obrigatórios que terão de ser feitos por quem quiser assumir o estádio. Esse aumento, no entanto, é aliviado pela redução do valor mínimo da outorga

No ano passado, o governo do Rio de Janeiro foi alvo de críticas pelos termos da proposta de concessão do Estádio do Maracanã à iniciativa privada. Um esboço do texto foi apresentado em outubro, quando o Rio promoveu uma audiência pública para discutir o negócio. Grupos contrários à privatização transformaram a sessão num grande tumulto, impedindo que os detalhes do plano fossem de fato debatidos. Na noite de segunda-feira, o governo enfim lançou o edital de forma oficial. Se os termos apresentados inicialmente já tinham provocado dúvidas a respeito da concessão, a proposta oficial deve despertar um incômodo ainda maior, já que os ajustes feitos no texto não melhoram as condições do negócio para o Rio. Pelo contrário: apesar de arcar com um investimento inicial maior do que o estimado inicialmente, o vencedor da disputa poderá gastar menos com a outorga anual exigida pelo governo – que, no fim das contas, não chegará nem perto de recuperar o investimento já aplicado na renovação do Maracanã.

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Se antes o governo falava numa cobrança anual de 7 milhões de reais, agora o valor mínimo cobrado da empresa vencedora do processo será de 4,5 milhões de reais. A concessão tem 35 anos de duração, com um ano de isenção de outorga. Quem vencer a disputa, portanto, poderá gastar 4,5 milhões por ano durante 34 anos, um total de 153 milhões de reais. Esse valor é quase idêntico à receita estimada do estádio em apenas um ano: 154 milhões de reais, conforme estudo feito pelo próprio governo. Com a modernização, o Maracanã tem tudo para receber não apenas partidas de futebol, mas também grandes shows e eventos, abrindo a perspectiva de uma exploração muito rentável do espaço. Na comparação com a proposta inicial apresentada em outubro, o governo aumentou o valor dos investimentos obrigatórios que terão de ser feitos por quem quiser assumir o estádio. Esse aumento, no entanto, é aliviado pela redução do valor mínimo da outorga. Ou seja: quem ganhar a concessão gastará mais nas primeiras obras, mas terá uma despesa menor nos anos seguintes.

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A estimativa inicial sobre os investimentos obrigatórios – que deverão bancar as obras necessárias para melhorar o entorno do estádio, incluindo a demolição de instalações de atletismo e natação, e a construção de novos centros de treinamento em um local próximo – era de 469 milhões de reais em outubro do ano passado. Agora, quem assumir o Maracanã terá de gastar 594 milhões de reais. O aumento é de 125 milhões de reais – mas, na prática, pode ser bem menor para a empresa vencedora. Antes, calculava-se em 238 milhões de reais o valor gasto nos pagamentos anuais ao governo. No total, o compromisso do concessionário seria de 707 milhões de reais em 35 anos. Agora, com 153 milhões em outorgas anuais e 594 milhões em investimentos obrigatórios, o acordo pode custar 747 milhões, apenas 40 milhões a mais do que se previa. O valor é pequeno se comparado ao que o governo já gastou com o estádio – em duas reformas recentes mais a atual modernização para a Copa, o investimento bate em 1,27 bilhão de reais.

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