Governo discute a logística da Copa das Confederações
Reunião em Brasília marcou o começo da rodada decisiva dos preparativos
A pouco mais de três meses da abertura da Copa das Confederações, que começa em meados de junho, o Ministério do Esporte realizou nesta terça-feira com as autoridades de Brasília – cidade que sediará o jogo inaugural da competição – e do Comitê Organizador Local (COL) do torneio, a primeira reunião de integração operacional dos diversos órgãos responsáveis pela organização do evento. Nesta etapa, crítica para o êxito da competição, serão conferidos todos os serviços e a logística do torneio, como mobilidade urbana, segurança, acessibilidade, controle de ingressos, aeroportos, acomodações, telecomunicações, energia e vigilância sanitária.
O jogo de abertura ocorrerá em 15 de junho, entre Brasil e Japão, no Estádio Nacional Mané Garrincha, que ainda não está pronto. As reuniões de integração se estenderão até 2 de abril nas seis cidades que sediarão jogos da competição. Segundo informou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, essas reuniões têm o objetivo de “integrar esforços e conferir o andamento dos planos operacionais em todas as áreas essenciais para realização do evento”. A seguir, serão realizadas reuniões de checagem no Rio, nesta quarta-feira, Fortaleza, na quinta, Recife, no dia 26, Salvador, no dia 27, e finalmente Belo Horizonte, em 2 de abril.
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Em entrevista coletiva, após abrir a reunião de Brasília, Rebelo afirmou que o planejamento da Copa das Confederações lhe dá a certeza de que o Brasil realizará uma competição “à altura” das expectativas do mundo. Segundo ele, o evento deixará o país preparado para a Copa do Mundo de 2014. “Tudo está preparado, o planejamento foi executado com eficiência e todas as tarefas foram realizadas pelos órgãos envolvidos”, disse. Ele definiu entre as preocupações mais cruciais a construção dos estádios e se mostrou aliviado. “Todos eles já têm prazo de entrega, mesmo aqueles que tiveram algum atraso”, completou.
A seguir, Rebelo citou entre as preocupações a área de segurança, porque envolve um conjunto de ações de integração do Ministério da Defesa com Ministério da Justiça, polícias militares e civis de cada estado. “Nós precisamos assegurar não apenas a tranquilidade para a população local, mas também para delegações de visitantes, chefes de estado e turistas nacionais e estrangeiros”. No centro dos temores está também o funcionamento das telecomunicações. “Precisamos testar equipamentos que asseguram não apenas a transmissão de imagens, mas também de telefonia celular e todas as transmissões de dados”.
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Apesar do otimismo do ministro, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), admitiu que corre contra o tempo para solucionar problemas operacionais da companhia energética local (CEB). O sucateamento da estatal, sem investimentos há uma década, tem causado sucessivos apagões na cidade nos últimos tempos. Ele garantiu, porém, que o risco de apagão no evento está afastado com a construção de uma nova subestação e aquisição de um gerador, o mais potente de todos os seis estádios que sediarão jogos da competição. Nos demais setores, ele disse que está tudo sob controle, dependendo apenas de “alguns ajustes”.
Participam da reunião, que se estenderá até a noite, representantes da Casa Civil da Presidência da República e dos ministérios do Esporte, Planejamento, Fazenda, Cidades, Transportes, Defesa, Justiça, Saúde, Turismo, Meio Ambiente, Minas e Energia, Cultura e Comunicações, além do Gabinete de Segurança Institucional e das Secretarias de Aviação Civil, Comunicação Social e de Portos. O primeiro grande teste da eficiência operacional em Brasília será feito em 25 de maio, na abertura do Campeonato Brasileiro, em partida entre Flamengo e Santos, que ocorrerá no Mané Garrincha.
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(Com Estadão Conteúdo)