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Esporte, cultura e entretenimento: os planos do Consórcio para o Pacaembu

Contrato de concessão do estádio municipal foi assinado nesta segunda-feira

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) assinou na manhã desta segunda-feira, 16, o contrato de concessão do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. O complexo esportivo, composto por uma piscina olímpica, duas quadras de tênis e ginásio poliesportivo, além do estádio de futebol, passará a ser administrado pelo Consórcio Patrimônio SP. No início do mês, ele depositou 79,2 milhões dos 115 milhões de reais acordados; o restante será pagos dentro do período de concessão, que é de 30 anos.

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Com a concessão, a prefeitura espera economizar mais de meio bilhão. “Quando a gente soma o valor que a prefeitura vai deixar de gastar com o Pacaembu e quanto vai arrecadar em ISS, pelos serviços que serão prestados aqui, o investimento do concessionário, a gente chega num montante de 656 milhões de reais de ganhos para a cidade de São Paulo. É um valor vultuoso”, afirmou Bruno Covas em entrevista coletiva.

VEJA SP: Os planos para o novo Pacaembu

As obras de modernização começam em 60 dias. Uma das principais alterações previstas é a demolição do tobogã, arquibancada inaugurada no início da década de 1970. No seu lugar deverá ser erguido um prédio de cinco andares, com 44 mil metros quadrados de área construída.

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Controvérsias

Apesar da assinatura, a demolição é polêmica. A Associação Viva Pacaembu abriu uma ação pedindo a análise pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pelos órgãos de conservação do patrimônio público (Conpresp e Condephaat). A praça Charles Muller e o Museu do Futebol ficaram fora da concessão.

O projeto prevê que o novo edifício tenha cafés, restaurantes, lojas, escritórios, espaços multifuncionais e o centro de convenções e eventos, construído no subsolo junto ao novo estacionamento. O térreo terá vista para o gramado e ao boulevard que será criado no local onde hoje fica o estacionamento do clube esportivo. Uma praça pública elevada irá conectar as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis.

“Vamos recuperar a vocação original do Pacaembu com esporte, cultura e, agora, também entretenimento. Será um complexo multifuncional”, afirmou Eduardo Barella, líder do consórcio.

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O consórcio afirma que o Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol. O número mínimo será de 15 por ano. Em 2019 já foram realizados 46 jogos, a maioria de futebol feminino. A seleção brasileira disputou um torneio amistoso no mês de agosto.

Com a demolição do tobogã, o estádio deverá ter a sua capacidade reduzida de 39.000 para 26.000 lugares. O evento desta segunda-feira contou com a presença de dirigentes dos quatros grandes clubes de São Paulo. “O Pacaembu vai continuar recebendo jogos de futebol. Nossa intenção é aumentar sua utilização nesse sentido”, disse Barella.

O presidente do Santos, José Carlos Peres, negocia com os empresários uma parceria para poder mandar os jogos do time em sua “segunda casa” já a partir do segundo turno do Campeonato Brasileiro. “Está acertado. Falta apenas o modelo de negócio. Mas é certo que o Santos não gastará nada e apenas cederá a marca para exposição, garantindo os jogos do Pacaembu na linha de no mínimo 50% dos mandos”, disse Peres.

A CBF havia permitido o Pacaembu apenas para as nove primeiras rodadas do Brasileirão, mas, de acordo com o presidente do Santos, o estádio está liberado até dezembro deste ano, mesmo sem a iluminação mínima exigida (800 lux) – o espaço alcança só 600 lux.

Os custos para o aluguel no Pacaembu devem ser semelhantes – atualmente são de 23% da renda total, nas contas da diretoria santista. O Consórcio Patrimônio SP, capitaneado pela construtora Progen, estuda mudar o modelo para que o Santos receba percentual fixo da bilheteria.

O Santos fez 22 jogos como mandante em 2019 – 11 na Vila Belmiro e outros 11 no Pacaembu. Marcar partidas no Morumbi é uma possibilidade discutida pelo Peixe para manter o 50% prometido entre Baixada Santista e capital. No geral, a média de público na temporada é de 13.179.

(com Estadão Conteúdo e Gazeta Press)

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