Em meio aos protestos que se espalham pelas cidades-sede da Copa das Confederações, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, está de partida. Enquanto os arredores da Arena Castelão, em Fortaleza, palco do jogo entre Brasil e México, eram transformados numa praça de guerra, com confronto entre policiais e manifestantes, os assessores do cartola anunciavam que ele viajará na quinta rumo à Turquia. Seu retorno está previsto para o dia 26, em Belo Horizonte – cidade que também foi palco de grandes manifestações nesta semana. Na manhã desta quarta, aliás, um relógio que faz a contagem regressiva para o início da Copa do Mundo de 2014 foi depredado na capital mineira. Na Turquia, Blatter acompanhará o início do Mundial Sub-20. Curiosamente, o país-sede dessa competição também vem registrando grandes revoltas populares. A Fifa informa que a ida de Blatter à Turquia já estava prevista.
Publicidade
No comunicado em que a viagem é anunciada, a entidade não faz qualquer referência à onda de protestos no Brasil. Em entrevista concedida ao site Globoesporte.com na terça, o presidente da Fifa afirmou que os manifestantes estão aproveitando a atenção internacional sobre o Brasil em função da realização do torneio para levar às ruas suas reivindicações. Ele também previu que o movimento esfriaria ainda na terça – o que não ocorreu. A Fifa vem sendo criticada em alguns dos protestos, ainda que o alvo principal das queixas referentes à Copa seja o gasto de verba pública pelos governos federal e estaduais nas obras para o Mundial. “O futebol é mais forte que a insatisfação das pessoas. Uma vez que a bola rolar, as pessoas vão entender e isso vai acabar”, previa, de forma desastrada, o dirigente no início da semana, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.