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A maratona do incansável campeão Federer em São Paulo

Entre jogos e compromissos fora de quadra – ele não parou (e nem reclamou)

“Quero jogar por muitos anos ainda”, avisou Federer, que mesmo depois da maratona paulistana ainda não está de férias – fará mais três exibições, na próxima semana, na Argentina e na Colômbia

Roger Federer é um incansável – dentro e fora das quadras. Em São Paulo, onde disputou uma série de três jogos-exibição, o suíço venceu duas das partidas e superou uma maratona de entrevistas, eventos promocionais de patrocinadores e sessões de autógrafos. Bateu bola com Gustavo Kuerten e Maria Esther Bueno, conheceu Pelé, visitou o Masp e o Mercadão e ainda comandou inúmeras clínicas de tênis com fãs e jornalistas. Com essa agenda lotada, o que ele menos fez foi descansar, em plenas férias, antes do início da pré-temporada. A maratona teve início na madrugada de quarta-feira, quando desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, acompanhado do pai, Robert. Posou para as primeiras fotos, com um sorriso no rosto, ainda carregando o carrinho com suas malas. Na mesma quarta, o suíço já entrou em quadra para fazer a primeira clínica em solo brasileiro, com crianças carentes. À noite, trocou as roupas de treino por traje mais formal no jantar que abriu o Gillette Federer Tour. “Eu quero viver a experiência completa. Não queria vir aqui apenas para dormir, treinar e jogar. Isso não é interessante para mim”, disse o ídolo suíço.

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No dia seguinte, o empolgado Federer deu suas primeiras entrevistas na apresentação do Tour, que contou com outras estrelas, como Maria Sharapova, Serena Williams, Victoria Azarenka e Jo-Wilfried Tsonga. Protagonista do evento, ele foi alvo da maior parte das perguntas. Respondeu a todas com muita simpatia. Em seguida, rumou para o centro da cidade, onde pôde conhecer o tradicional sanduíche de mortadela, no Mercadão Municipal. Apesar do tumulto causado por sua visita, Federer experimentou ainda diversas frutas, além do também famoso bolinho de bacalhau. “Gosto de sair, conhecer pessoas, interagir com os fãs… E provar frutas, se for o caso”, afirmou, entre risadas. “É por isso que estou aqui”. À noite, Federer fez, enfim, sua estreia em uma quadra brasileira. Mostrou bom tênis, mas cometeu erros que acabaram levando à derrota diante de Bellucci por 2 sets a 1. Ao fim da cansativa partida, realizada sob forte calor no Ibirapuera, não se incomodou em gastar mais alguns minutos para atender os fãs. Era o início da madrugada quando chegou à entrevista coletiva pós-jogo. “Bom dia”, disse aos jornalistas, sem perder o bom humor.

No dia seguinte, não escondeu o cansaço. “À 1h30 da manhã, ainda estava voltando para o hotel. Eu estava cansado”, admitiu o tenista, de 31 anos. “Mas não importa. Quero aproveitar o momento. Cada dia é um novo dia e você nunca sabe o que pode acontecer depois.” Às 11 horas de sexta, ele já estava de pé para jogar futebol com crianças numa favela. Logo em seguida, usou um helicóptero para percorrer o longo trajeto, de cerca de 45 minutos de carro, para voltar ao Ibirapuera. Cerca de 50 fãs, entre crianças e adultos, já esperavam o suíço para um bate-bola na quadra. Cumprida a tarefa, realizada ao lado dos irmãos Bryan, Federer se encaminhou, ainda suado, para mais uma sequência de entrevistas. Diante das câmeras, o suíço respondia bem-humorado questões de repórteres chilenos e peruanos. Do jornalista do Peru, ganhou de presente um gorro típico de seu país. E, sem hesitar, vestiu-o sobre os cabelos ainda úmidos e sorriu para os cinegrafistas. O ambiente ganhou em descontração com a chegada de dois convidados: Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten. Eles fizeram brincadeiras, deram entrevistas, posaram para fotos e até arriscaram alguns golpes na quadra.

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‘Cara sortudo’ – O suíço só sofreu mesmo com o calor: durante o duelo contra Bellucci, chegou a trocar de camisa duas vezes. Na sexta-feira, precisou atrasar alguns compromissos para se recuperar da perda excessiva de líquido. O calor voltou a incomodar quando Federer, vestindo um casaco da seleção brasileira, bateu bola com Serena Williams debaixo do sol, ao lado do vão do Masp, na quente manhã de sábado. O “sofrimento” foi compensado por um encontro especial com Pelé. Após almoço na casa do ídolo, o tenista pediu para tirar fotos com seu ídolo da infância. “Foi uma honra”, declarou. De volta ao Ibirapuera, o suíço levantou o público ao fazer grande apresentação contra Tsonga. Federer compensou a vibração da torcida com belos golpes em quadra e muita paciência para atender os fãs, que não se intimidaram com os doze seguranças que acompanhavam o tenista. “É ótimo estar aqui. Me considero um cara sortudo por ter esta oportunidade”, afirmou o recordista de títulos de Grand Slam. Como na primeira primeira partida, foi de encontro aos fãs para autografar bolinhas, camisetas e bonés.

Um dos torcedores se surpreendeu quando o suíço pegou a máquina fotográfica de sua mão, estendeu-a no alto e posou ao seu lado para fazer a imagem. Ainda conferiu o resultado antes de devolvê-la ao fã. “Ficou ótima”, disse o tenista. Sem aparentar cansaço, Federer voltou à quadra no domingo para enfrentar o alemão Tommy Haas e encerrar sua visita a São Paulo – antes de deixar o Brasil, o suíço deve conhecer as cataratas de Foz do Iguaçu, no Paraná, nesta segunda-feira. “Quando você viaja pelo mundo, é normal ficar cansado às vezes. O importante é se recuperar rapidamente, comer bem, dormir o suficiente, cuidar do corpo. Há momentos para descanso e para treino. Este é o segredo da longevidade. Quero jogar por muitos anos ainda”, avisou Federer, que mesmo depois da maratona paulistana ainda não está de férias – fará mais três exibições, na próxima semana, na Argentina e na Colômbia.

(Com Estadão Conteúdo)

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