Comandante da seleção concorda com fala do camisa 10 santista, mas faz elogios e diz que monitora situação física de todos os atletas
O técnico italiano Carlo Ancelotti evitou um choque mais direto com o atacante Neymar, do Santos. Nesta quarta-feira, 3, durante a primeira entrevista após as recentes declarações do jogador, que expuseram um desencontro de narrativas entre eles, Ancelotti confirmou a versão do atleta de ausência por “decisão técnica” e disse que as questões físicas citadas por ele envolvem não só o camisa 10 santista, mas todos os 70 atletas monitorados nos 100 dias de trabalho a frente da seleção brasileira.
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“Normal [a declaração]. É verdade, é uma decisão técnica que se baseia sobre muitas coisas. Vemos o que o jogador está fazendo, o que ele tem feito. E quando eu falo do critério físico, toda a comissão considera muito impirtante. Disse na última entrevista, ninguém pode discutir o Neymar a nível técnico. O que estamos vendo cada dia e a cada jogo é a sua condição física, mas não só dele, de todos os jogadores que estão aqui e que estamos avaliando. A verdade é que a seleção tem muita concorrência, pensamos que mais ou menos tem uns 70 jogadores para uma Copa do Mundo”, disse o treinador.
Ancelotti e Neymar entraram em uma “guerra fria” no último domingo, 31, após o jogador admitir que foi preterido por “opção técnica”, contrariando o treinador, que afirmara seis dias antes ter pesado um problema físico para não integrá-lo a lista.
“Fiquei fora por opção técnica mesmo, acho que não tem nada a ver de condição física. É a opinião do treinador e eu respeito. Já que estou de fora nos basta torcer pela nossa seleção para que eles possam fazer bons jogos”, afirmou Neymar, ainda no gramado da Vila Belmiro.
Neymar atuou os 90 minutos da partida contra o Fluminense com uma proteção na coxa – Raul Baretta/Santos FC
O caso ganhou cotornos ainda mais polêmicos por conta do posicionamento do zagueiro Thiago Silva, do Fluminense, ex-capitão da seleção brasileira. O defensor discordou da ausência do atacante e amigo afirmando não acreditar que a opção de Ancelotti foi feita por “questões físicias” e ainda disse que a escolha atrairia a torcida brasileira.
“Tinha que estar, não é porque é meu amigo. Para ser sincero, ele eleva o nosso nível. Acho que não é questão física. Se ele estaria bem para jogar ou não, se tivesse sido conversado, daria para saber. Ele voltou hoje e poderia disputar as Eliminatórias. Era para ele estar de volta. Jogo no Maracanã, jogo de despedida antes da Copa do Mundo em casa. Iria trazer o público, seria legal estar ali para a torcida sentir novamente o jogador próximo. Não foi agora, mas espero que nas próximas listas ele esteja de volta”, disse o defensor.
Com Neymar ausente da lista divulgada no último dia 25, o técnico justificou na ocasião ter pesado o fato de que o jogador não precisar ser testado e uma suposta contusão, posteriormente negada pelo camisa 10 santista.
Chamou atenção também o fato de o treinador ter afirmado não ter procurado Neymar ou Rodrygo, duas ausências questionadas, alegando que ambos possuem o número de seu telefone e podem ligar para questioná-lo: “eu não preciso falar com eles para explicar isso. Se eles querem explicações podem me chamar. O Rodrygo tem meu número, não sei se o Neymar tem, mas acho que sim”.
Na primeira primeira Data Fifa pela seleção, Ancelotti contou ter entrado em contato direto com Neymar horas antes da primeira entrevista coletiva para lhe explicar os critérios para não convocá-lo.
Anunciado em maio, Ancelotti digirá a seleção brasileira pela terceira vez – Rafael Ribeiro/CBF
O camisa 10 santista havia acabado de retornar da segunda lesão muscular sofrida na temporada, no músculo semimembranoso da coxa esquerda, e ainda não tinha feito nenhuma partida completa – atuou por 24 minutos contra o CRB e mais 26 contra o Vitória. O treinador disse que o camisa 10 estava “totalmente de acordo” com a decisão.
“Como eu disse, nesta convocação tentei selecionar jogadores que estão bem. O Neymar teve uma lesão há pouco tempo. Todos sabem que o Neymar é um jogador muito importante, sempre foi e sempre será. Logicamente, infelizmente, atualmente temos muitos jogadores que sofrem lesões e que não podem estar na seleção, como Neymar, que passou por uma seleção. O que eu quero dizer é que o Brasil tem muitos jogadores talentosos e logicamente, no caso específico de Neymar, contamos com ele. É a seleção nacional. O Brasil conta com ele. Ele voltou ao Brasil para jogar para se preparar bem para o Mundial. Eu falei com ele nesta manhã para explicar a ele isso e ele está totalmente de acordo. Nós assim continuamos”, afirmou na ocasião.
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