O futebol feminino brasileiro vive uma fase de crescimento acelerado, mas ainda marcada por contrastes estruturais profundos. É o que revela o Relatório de Futebol Feminino Brasileiro 2025, produzido pela OutField em parceria com as Dibradoras. O documento mostra que, enquanto clubes avançam na profissionalização interna, a formação de atletas ainda enfrenta grandes lacunas — um gargalo que limita o potencial esportivo e econômico da modalidade.
Clubes ampliam estrutura interna
Segundo o relatório, 80% dos clubes analisados já adotam algum modelo de gestão que confere maior autonomia ao departamento feminino. A mudança se traduz em novos cargos, equipes mais robustas e especialização crescente. Nove clubes já contam com uma diretoria exclusiva para o futebol feminino, enquanto outros cinco têm gestores que reportam diretamente à presidência — um nível de autonomia antes restrito a poucos projetos.
O avanço estrutural também aparece no aumento do número de profissionais dedicados. Departamentos que antes operavam com equipes reduzidas começam a incorporar áreas exclusivas de marketing, performance, saúde e administração, diminuindo a dependência das estruturas do masculino. A profissionalização, aponta o relatório, cria condições para planejamento mais estratégico, maior controle orçamentário e decisões independentes, essenciais para sustentar o crescimento da modalidade.
Apesar dos avanços, a realidade ainda é desigual: parte dos clubes segue operando com coordenações acumuladas e equipes enxutas, o que impacta diretamente a capacidade de planejamento, captação de patrocinadores e desenvolvimento de categorias de base.

Relatório de Futebol Feminino Brasileiro 2025
Desigualdade entre estados trava evolução
Se a profissionalização interna apresenta sinais claros de avanço, a situação das categorias de base segue sendo o ponto mais frágil do ecossistema. O relatório revela que , demonstrando a falta de incentivo para atrair e formar meninas nas idades iniciais do esporte.






