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Dez anos sem Fernandão, o ‘Supercolorado’

Ídolo e eterno capitão do Inter morreu em 7 de junho de 2014, em acidente aéreo, num dos capítulos mais tristes do futebol nacional

Sete de junho é uma data triste para o futebol brasileiro, especialmente para os colorados. Nesta sexta-feira, completam-se 10 anos da morte de Fernandão, um dos maiores ídolos da história do Internacional. O atacante revelado pelo Goiás, com passagens também por Olympique de Marselha, São Paulo e outras equipes, não resistiu a uma queda de helicóptero e morreu aos 36 anos.

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Campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2006 como capitão do Inter, Fernandão ganhou uma estátua em sua homenagem na fachada do Beira-Rio. Em homenagem à sua carreira e trajetória, o blog #TBT PLACAR preparou uma galeria de fotos em nossos arquivos e recupera o texto de Dagomir Marquezi sobre a lenda colorada, publicado na edição de 1° de outubro de 2014.

Fernandão – O supercolorado

O homem alto e de queixada de super-herói foi a lenda encharcada de suor que deu ao Inter o seu lugar no mundo

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Por: Dagomir Marquezi

Uma e meia da madrugada de sábado, 7 de junho de 2014. Um helicóptero Helibrás Esquilo HB-30BA decola com cinco pessoas a bordo rumo a Goiânia. Parte de um campo de Aruanã, Goiás, à beira do Rio Araguaia. Poucos segundos depois, o Esquilo, fora de controle, se estatela à beira do rio. Os 12 soldados do Corpo de Bombeiros encontram uma massa de ferros retorcidos sobre a areia. Nos destroços estão quatro corpos. Mas um quinto passageiro ainda respira.
O sobrevivente é um homem moreno, alto, de cabelos negros e fartos e queixada de super-herói. É embarcado para o Hospital Doutor Claret, em Goiânia. Tinha fraturas múltiplas nas pernas e sinais de hemorragias internas. Quando chega ao hospital, não há mais nada a fazer.

Esse homem era Fernando Lúcio da Costa, nascido em Goiânia em 18 de março de 1978. Com 1,90 metro, virou Fernandão. Com jeito para a bola e bom cabeceio, foi para a base do Goiás em 1990. Virou profissional em 1995. Com a camiseta verde, ganhou cinco Goianos seguidos e uma série B.

Em 2001, seguiu para o Olympique Marselha. Até então jogava no meio. Em 2004, no Toulouse, virou centroavante. Naquele mesmo ano voltou ao Brasil para jogar pelo Inter. Sua estreia aconteceu contra o Grêmio. Fernandão marcou o seu. Ajoelhado para milhares de colorados, foi avisado: aquele era o milésimo gol da história do Grenal.
Foi um caso fulminante entre Fernandão e a torcida do Inter. Dois anos depois de sua estreia, comandou o ataque colorado que ganhou a Libertadores da América. Ergueu a taça banhado de suor e paixão.

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Em 17 de dezembro, o grandalhão estava em Yokohama, Japão, disputando o Mundial de Clubes contra o Barcelona de Iniesta e Ronaldinho. Cansado, saiu aos 30 minutos do segundo tempo, abatido pelas câimbras. No seu lugar entrou Adriano Gabiru. Que marcou o gol que matou o Barça. O Colorado era campeão do mundo. Fernandão estava no auge.
Com 190 jogos e 77 gols, Fernando saiu do Inter em 2008 para jogar no Al-Gharafa (Catar). Em 2009 retornou à sua origem, o Goiás. No ano seguinte teve rápida passagem pelo São Paulo. Fernandão percebeu que era hora de parar. Voltou ao Inter como diretor-executivo. Substituiu Dorival Junior como técnico. A experiência deu errado e ele foi demitido.

O início de uma segunda vida profissional estava marcada. No dia 7 de maio de 2014, o SporTV o anunciou como o novo comentarista na Copa do Mundo. Antes de encarar o trabalho, juntou três amigos (e um piloto) em alguns dias em sua casa de Aruanã. Num sábado, 7 de junho, os cinco embarcaram de volta para Goiânia num helicóptero Esquilo.
Aos 36 anos, Fernandão deixou a viúva Fernanda e um casal de gêmeos, Enzo e Eloá. E uma lenda de vários nomes: Aríete dos Pampas, Testa de Titânio, Capitão América, F9. Ou apenas Eterno Capitão.

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