Sintético, choro e Garro dúvida: as falas de Abel e Ramón sobre o dérbi
Técnicos e capitães de Palmeiras e Corinthians foram questionados sobre temas polêmicos em evento realizado na sede da FPF

Os técnicos Abel Ferreira, do Palmeiras, e Ramón Díaz, do Corinthians, concederam entrevista nesta sexta-feira, 14, na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), e deram falas importantes ao longo do evento realizado ao lado dos capitães, o goleiro Weverton e o atacante Romero, além dos árbitros Raphael Claus e Matheus Candançan, escalados para as finais do estadual. As decisões ocorrem neste domingo, 16, e no próximo dia 27.
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Questionado sobre a polêmica em torno do gramado sintético utilizado no Allianz Parque, palco da primeira final, Abel voltou a fazer defesa sobre a casa palmeirense “desmistificando” uma possível vantagem ao citar ter vencido o Brasileirão de 2023 com mais pontos somados fora de casa – em gramados naturais – do que em São Paulo. Ele também disse que tropeços no Allianz. em 2024, não permitiram um novo título nacional.
“Já disse várias vezes [a minha opinião], é público e não preciso repetir. Acho que já podemos mudar a ficha, basta de falar nisso. Ainda mais para os brasileiros que passaram a vida toda a jogar no barro, na rua, no chão, na quadra cheia de buracos, falar de um gramado natural top e de um gramado sintético top acho que basta. São questões políticas e alguém, com certeza, não quer que o Palmeiras jogue no seu estádio. Mas quero dizer que há dois anos ganhamos o campeonato nacional com mais pontos fora do que em casa. Só para desmistificar algumas mentalidades fracas. O ano passado perdemos o campeonato em casa, não fora. Então, acima de tudo, é valorizar”, iniciou dizendo, para na sequência elogiar os finalistas:
“Para complementar, chegaram as duas melhores equipes, mais consistentes e por mérito deles, eles vão decidir em casa. Espero que seja um grande jogo, um grande espetáculo, que as torcidas se respeitem, os treinadores se respeitem e os jogadores se respeitem. E que vocês possam desfrutar de grandes dois jogos e, no final, que vença o Palmeiras”, declarou, aos risos.

Abel ainda utilizou o filme “O casamento de Romeu e Julieta”, interpretado pelos atores Marco Ricca e Luana Piovani, em 2005, como exemplo para pedir por um clima pacífico na decisão. A comédia romântica conta a história de um casal formado por uma palmeirense e um corintiano fanáticos.
“Dérbi é dérbi em qualquer parte do mundo. Claro que falamos de dois clubes gigantes, com torcidas imensas. Quando surge esse tipo de jogo, não só pela imprensa, que se empolga e emocionam os torcedores. Sabemos da dimensão e grandeza do dérbi entre Palmeiras e Corinthians. Reforço que às vezes passa do ponto, que as equipes se respeitem dentro de campo, os torcedores, independente da rivalidade. Um dos primeiros filmes que cheguei ao Brasil foi “Romeu e Julieta”, onde prevalece o amor independente se sou palmeirense ou corintiano. Há um respeito, é assim que vejo”, explicou.
O treinador revelou também ter chorado diante de um polêmico episódio que protagonizou em um jogo contra o Flamengo, em agosto do ano passado, quando foi flagrado com as mãos na genitália em forma de protesto, justificada na ocasião como uma forma de dizer que o árbitro Anderson Daronco não tinha coragem.
“O momento de maior vergonha que eu senti na minha vida foi no Palmeiras. Quando fiz um gesto a dizer que o árbitro não tinha coragem e um de vocês, sobretudo que estão aí atrás das câmeras, foi capaz de parar o jogo, para ir atrás, para propositadamente me expulsar por um gesto que eu estava a fazer porque a bola não estava em cima de mim, eu não sou protagonista, protagonistas são os jogadores e essa responsabilidade é vossa. Cheguei em casa, chorei em frente à minha mulher e aos meus filhos. Vocês sabem que aquilo não sou eu, eu não sou os meus comportamentos. Eu tenho direito de errar como toda a gente. Foi na minha vida o maior momento de vergonha que eu tive, sangrei por dentro”, resumiu.
Corinthians: pressão e Garro como dúvida
Pelo lado do Timão, o técnico Ramón Díaz minimizou a pressão sobre a conquista do título após a eliminação precoce na fase preliminar da Copa Libertadores. Ele disse “estar acostumado” pela experiência adquirida enquanto jogador e na já longa carreira como treinador.
“Sei que no futebol existe a pressão. Tive a sorte de ser jogador e saber como é a pressão. Agora sei a pressão de ser treinador. Mais do que isso, passa pelo convencimento do que eu transmito aos jogadores. Tenho que passar tranquilidade, confiança. Tenho muito confiança no meu time, pelas dificuldades que tivemos, isso nos fez crescer. Eles tiveram uma capacidade enorme de se recuperar, hoje estão jogando a final. Não penso na pressão em mim, estou acostumado. Vamos dar a vida pelo Corinthians, isso temos muito claro. Queremos competir e vamos competir até o último minuto. Não se decide em um jogo. Conhecendo os dois times, vai ser uma partida dura”, afirmou Díaz, que também foi questionado sobre a presença do meio-campista argentino Rodrigo Garro, que vem jogando com limitações por conta de dores no joelho direito.

“É um jogador extraordinário. Nosso funcionamento é muito importante, todo o corpo médico está fazendo o máximo esforço para que ele participe desse jogo. Vocês elegeram Garro como um dos melhores meias do Brasil. Vamos fazer todos os esforços para que ele jogue essa partida. Se não, temos outros jogadores importantes, principalmente no ataque”, explicou, sem assegurar a escalação do camisa 8.
O técnico também voltou a valorizar o trabalho de recuperação realizado por sua comissão técnica em pouco mais de oito meses no clube, quando conseguiu livrar o Timão do rebaixamento no Brasileirão e recolocar a equipe em uma final.
“Para mim, é algo muito especial chegar à final. Principalmente pelo pouco tempo que estou no Corinthians. Sempre vou agradecer aos jogadores, por sua inteligência, comportamento, nós chegamos à final. Estamos muito orgulhosos de chegar na final, vamos ter que competir. Sempre vou agradecer aos jogadores, por me dar a possibilidade de vir ao Corinthians e em pouco tempo chegar à final. Foram eles os verdadeiros protagonistas”, concluiu.
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