Edição de PLACAR traz os destaques e histórico de Porto, Al-Ahly e Inter Miami, que formam o grupo A ao lado do Verdão
Texto adaptado do Guia PLACAR do Supermundial
O grupo A, aquele que abre o Mundial de Clubes da Fifa nos Estados Unidos, talvez seja o mais equilibrado e interessante. Em busca do título inédito, o Palmeiras terá pela frente o sempre respeitável Porto, de Portugal, o egípcio Al-Ahly, uma potência do futebol africano, e o Inter Miami, a equipe americana que tem como destaque ninguém menos que Lionel Messi.
É, portanto, uma chave de difícil previsão, apesar de o Palmeiras chegar embalado por uma campanha com 100% de aproveitamento na primeira fase da Libertadores e um bom início de Brasileirão. Os primeiros e segundos colocados do grupo A cruzarão nas oitavas de final com os integrantes do B, composto por PSG (França), Atlético de Madrid (Espanha), Botafogo e Seattle Sounders (EUA).
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Confira, abaixo, os destaques dos adversários do Palmeiras no Mundial de Clubes:
O torcedor (ou adepto, como dizem por lá) portista não teve muitos motivos para comemorar nos últimos meses. Ou melhor, no último ano, desde que o treinador Sérgio Conceição deixou o clube, por divergências com o recém-eleito presidente André Villas-Boas. Assim, abruptamente, encerrou-se um trabalho de sete anos, 11 títulos e atuações memoráveis. É verdade que a temporada 2023/24 também havia sido frustrante para o Porto, mas o histórico vitorioso – determinante para a vaga no Mundial de Clubes – respaldava o segundo maior campeão de Portugal.
O substituto escolhido foi Vitor Bruno, uma solução caseira que logo de cara teve de lidar com a perda de quatro referências: Taremi, Evanilson e Francisco Conceição, negociados, e o aposentado Pepe. O técnico não embalou e foi trocado pelo argentino Martín Anselmi, que em sua primeira experiência na Europa também viu o elenco se desfazer com as saídas de Nico González e do brasileiro Galeno.
A turbulência se refletiu em campo e o Porto caiu cedo na Taça de Portugal, na Copa da Liga e na Liga Europa. No campeonato local, teve de se contentar com a
terceira posição, novamente fora da zona de clas sificação para a Champions.
As esperanças agora estão depositadas na promessa espanhola Samuel Aghehowa. O centroavante já marcou 25 gols na temporada, com auxílio importante dos laterais Francisco Moura e Martim Fernandes e do atacante Fábio Vieira. O ponta brasileiro Pepê, ex-Grêmio, quer voltar a brilhar, enquanto o jovem Rodrigo Mora pede passagem.
O Porto confia em sua vocação histórica de transformar o Dragão em zebra – afinal, surpreendeu favoritos nas conquistas da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes de 1987 e 2004. Sonhar com o tri soa ou sado demais, mas, numa chave bem aberta e equilibrada, pode tanto avançar em primeiro quanto colecionar mais um fiasco.
O jovem clube de uniforme rosa é uma das atrações do torneio, ainda que a badalação seja inversamente proporcional a seu atual rendimento. Fundado em 2018, com David Beckham como um de seus proprietários, o Inter Miami se tornou mundialmente conhecido a partir de 2023 como o time de Lionel Messi – e amigos.
Os espanhóis Jordi Alba e Sergio Busquets e o uruguaio Luis Suárez foram os primeiros a abrir uma espécie de filial de veteranos do Barcelona, junto com o técnico Tata Martino. O argentino foi substituído pelo compatriota Javier Mascherano, outro “parça”. Sob seu comando, o time acumulou derrotas marcantes, como na semifinal da Concachampions diante do Vancouver Whitecaps (5 a 1 no agregado).
Em maio, a crise se instalou de vez com uma derrota por 3 a 0, em casa, no clássico da Flórida diante do Orlando City. Àquela altura, a equipe havia vencido apenas uma das últimas sete partidas. Com zagueiros inexperientes e veteranos que pouco ajudam na recomposição, a defesa é o ponto fraco. Mascherano prometeu ajustes, enquanto Messi bateu boca com árbitros e torcedores.
A mera presença do Inter Miami no Mundial já é bastante discutível, pois foi escolhido como representante do país-sede mesmo sem jamais ter vencido a Major League Soccer (MLS). A Supporters’ Shield, taça entregue à equipe de melhor campanha na fase classificatória, virou o critério adotado pela Fifa. No papel, o Inter Miami impõe respeito. Na prática, entra hoje como zebra da chave.
Não seria um Mundial de verdade sem o Al-Ahly, o bicho-papão do continente africano. A equipe egípcia impõe respeito pela força de sua torcida e pela vasta galeria de títulos: são 45 campeonatos nacionais, 39 copas locais e 12 Ligas dos Campeões da África – 96 títulos de primeiríssima prateleira em 118 anos de vida. A temporada, contudo, é de oscilação.
A eliminação na semi da Champions não apenas encerrou o sonho do tri continental, mas também derrubou o técnico Marcel Koller, dando lugar ao então interino, o egípcio Emad El-Nahhas, multicampeão e ídolo como jogador.
Mesmo assim, o time egípcio não pode ser desprezado. Conta com diversos nomes que já frequentaram a seleção local, casos do goleiro Moha El-Shenawy, dos zagueiros Omar Kamal e Rami Rabia, do meia Marwan Attia e dos atacantes Taher Mohamed e Hussein El Shahat.
Passam pelos pés do talentoso meio-campista Eman Ashour, autor de 19 gols e nove assistências só nessa temporada, as principais jogadas ofensivas. No ataque, o palestino Wessam Abou assume o papel de homem-gol.
O domínio na África resultou em nove participações no Mundial – só o neozelandês Auckland tem mais (12). Porém, os Vermelhos de Cairo jamais chegaram à final e já foram derrotados por quatro brasileiros: nter (2006), Corinthians (2012), Palmeiras (2021) e Fluminense (2023). O único êxito foi justamente contra o Verdão, na decisão de terceiro e quarto de 2020. Haverá, portanto, um tira-teima decisivo na segunda rodada.
Capa da edição 1542 – guia do Supermundial de Clubes
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