O Internacional de 2006 estava chegando a seu auge após um bom ano de 2005, em time formado por Muricy Ramalho. Para 2006, o Inter vinha dirigido por Abel Braga, que acertou as arestas e montou um time que ganharia o mundo, justificando o nome do clube.
O time tinha, no gol, a segurança de Clemer, já experiente, importantíssimo nas conquistas do clube. Para o setor defensivo, Índio, Fabiano Eller e Bolívar faziam bem o trabalho, no esquema de 3-5-2, do clube, que no fim do ano ganhou Wellington Monteiro no lugar de Bolívar. Na esquerda, nesse esquema com três zagueiros, ficava Jorge Wágner, com muita técnica e precisão nos chutes e finalizações. No fim do ano, Rubens Cardoso havia chegado para o lugar dele. Na direita estava Ceará, marcador implacável.
A pegada no meio vinha com Edinho, que tinha como companheiros jogadores com Alex e Tinga, mais técnicos. Na frente, durante a Libertadores, o craque e capitão da equipe, Fernandão, teve como companheiro o ótimo Rafael Sóbis, que fazia muitos gols. Depois disso, Iarley apareceu para dar qualidade ao ataque, que ainda tinha duas revelações de muito talento no fim do ano: Luiz Adriano e Alexandre Pato. No fim do ano, Fernandão ainda recuou para o meio, dando mais opções para os atacantes.
E naquele ano, no Gaúcho, o Inter teve apenas uma derrota, para o Canoas, mas acabou com o vice-campeonato. Classificou-se em primeiro de sua chave na primeira fase. Na segunda, com 100% de aproveitamento em grupo com Caxias, Novo Hamburgo e São José, chegou à final contra o Grêmio. Mas a regra da época levava em conta os gols fora de casa, e não a campanha dos clubes. No jogo da ida, no Olímpico, 0 x 0. Na volta, no Beira-Rio, o empate por 1 x 1 deu o título ao Grêmio.
Mas nesse ano, o clube estava mesmo ligado era na Copa Libertadores. Classificado como vice-campeão brasileiro, o time gaúcho queria a taça. O grupo do Inter na primeira fase parecia difícil, mas o time tirou de letra.
Na estreia, contra o Maracaibo, na Venezuela, empate por 1 x 1, com gol de Ceará. No segundo jogo, contra o forte Nacional-URU, em casa, vitória por 3 x 0, com gols de Michel, Fernandão e Rubens Cardoso. O primeiro grande duelo seria contra o Pumas, no México, mas o Inter venceu bem, com gols do colombiano Rentería, que era banco, e de Fernandão. A vitória veio de virada.
Em Porto Alegre, contra o mesmo Pumas, o Inter saiu atrás com 0 x 2. Mas Michel, Fernandão e Adriano viraram para o time Colorado, que ainda conseguiu um empate sem gols contra o Nacional no Uruguai. O time ainda despediu-se da primeira fase com um 4 x 0 diante do Maracaibo, com gols de Adriano, Bolíviar, Michel e novamente ele, Rentería.
O time foi primeiro do grupo, com 14 pontos, invicto, cinco pontos à frente do Nacional-URU, segundo colocado. Nas oitavas, pela colocação, o rival foi novamente o Nacional-URU, duro rival. No Uruguai, no primeiro jogo, vitória do Inter, de virada, por 2 x 1, com gols de Wagner e Rentería. Com o 0 x 0 em Porto Alegre, o Inter chegou às quartas de final.
O rival das quartas seria a LDU Quito-EQU, que começava a formar um time que seria campeão. No Equador, a primeira e única derrota do Inter no torneio, também de virada. Jorge Wagner fez 1 x 0 para o Inter, mas a LDU virou para 2 x 1. Já em Porto Alegre, com gols de Rafael Sóbis e Rentería, aos 43 do segundo tempo, o Inter fez 2 x 0 e chegou à fase semifinal.
O rival seria o surpreendente Libertad, do Paraguai. Após empate sem gols fora de casa, o Inter venceu por 2 x 0 no Beira-Rio, com gols de Alex e Fernandão.
O rival da final seria o atual campeão do torneio, o São Paulo, em jogo que seria pedreira. Mas no Morumbi, na partida de ida, o Inter fez 2 x 1 no rival, com dois de Rafael Sóbis. A decisão seria no Beira-Rio, onde o Inter estava invicto e tinha vencido todas, menos uma, na qual empatou com o Nacional-URU.
Fernandão fez 1 x 0 para o Inter no primeiro tempo. No começo da segunda etapa, Fabão empatou para o Tricolor. 16 minutos depois, Tinga fez o segundo do Inter. O São Paulo ainda empatou em golaço de Lenílson aos 40 do segundo tempo, mas não foi suficiente.
O Inter conquistava o título e ainda saia com um dos artilheiros da competição, Fernandão, com cinco gols.
No Brasileiro, o Inter entrou para ganhar, apesar de já ser campeão da América. Em 38 jogos, foram 20 vitórias, nove empates e nove derrotas, e o vice-campeonato do torneio, com 69 pontos, atrás apenas do São Paulo, que fez 78.
Mas o clube queria era o Mundial Interclubes. Nas rodadas finais, em goleada de 4 x 1 contra o Palmeiras no Palestra Itália, surgia um jovem atacante chamado Alexandre Pato. Na estreia, contra o Al Ahly-EGI na semifinal, o Inter começou marcando com Alexandre Pato, aos 23 do primeiro tempo. O brasileiro Flávio, do time egípcio, empatou aos nove da segunda etapa. Mas o outro jovem do time, Luiz Adriano, que havia entrado, fez o gol da vaga aos 27 do segundo tempo.
A final seria contra o gigante Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. Mas o Inter entrou em campo muito bem. Ceará anulou Gaúcho e o Inter fechou o caminho para o time espanhol. Em lance de puro oportunismo, aos 37 do segundo tempo, Iarley fez grande jogada pelo meio e tocou para Adriano Gabiru, que saiu de frente com Valdés e bateu, marcando o gol do título do time colorado.
Iarley ainda foi o Bola de Prata do torneio, perdendo apenas para Deco, o Bola de Ouro. E dessa forma, o Inter terminava o melhor ano de sua existência.