Times históricos: Vasco de 2000
Máquina vascaína chegou a cinco finais no ano de 2000, em seis torneios disputados
O Vasco de 2000 foi talvez um dos mais competentes do futebol brasileiro nos últimos anos. Além de tudo, tinha muita qualidade técnica. Mas o clube não começou o ano tão bem.
Foram dois vice-campeonatos nos primeiros dois campeonatos disputados. Nem se pode dizer que tenha sido algo negativo, pois o clube chegou à duas decisões, mas derrotas para clubes paulistas fez o clube se restruturar para ser o grande time do ano 2000.
O primeiro torneio disputado foi o Mundial de Clubes em casa, no Rio de Janeiro. Em grupo com o atual campeão do mundo, Manchester United, o Vasco passou em primeiro. Venceu o South Melbourne-AUS, na estreia, por 2 x 0, com gols do lateral Felipe, jogando como meia, e do craque Edmundo. Contra o Manchester United, no duelo mais duro, vitória de 3 x 1, com dois gols do Baixinho Romário e um de Edmundo, em jogo espetacular do Vasco. A vaga seria definida contra o Necaxa, no jogo mais duro. Aguinaga fez 1 x 0 para os mexicanos, mas Odvan e Romário viraram e deram a vaga ao Vasco.
A final foi contra o Corinthians, e após empate em 0 x 0 nos 120 minutos, o Vasco perdeu nos pênaltis por 4 x 3. O lateral Gilberto e o atacante Edmundo perderam as cobranças do Vasco. Edmundo foi o Bola de Prata do torneio e Romário do Bola de Bronze. Aliás, Romário foi um dos artilheiros do torneio, com 3 gols. O Bola de Ouro foi Edílson, do Corinthians.
No Rio-São Paulo, o Vasco foi segundo do grupo B, com Palmeiras, Corinthians e Fluminense. Classificou-se em segundo, dois pontos atrás do Verdão. Estreou contra o Palmeiras, empatando em 3 x 3 no Rio. Venceu o Fluminense como visitante por 2 x 1. Depois venceu o Corinthians por 1 x 0, em casa. Perdeu para o Palmeiras em São Paulo por 2 x 1, venceu o Fluminense como mandante por 1 x 0 e empatou em 1 x 1 com o Corinthians em São Paulo.
Na semifinal, venceu o São Paulo no Morumbi por 3 x 0 e venceu em casa por 2 x 1. A final seria novamente contra o Palmeiras no Maracanã e no Morumbi, mas o time vascaíno não suportou. Perdeu por 2 x 1 no Maraca e foi goleado no Morumbi por 4 x 0.
Esse time do Vasco era uma máquina. No gol, tinha o jovem Hélton, das categorias de base do clube, e ainda tinha o jovem Fábio, como terceiro goleiro. Na defesa, o time tinha os experientes Odvan e Júnior Baiano, além do experiente capitão, Mauro Galvão. Gilberto e Jorginho Paulista eram as boas opções na lateral esquerda, que ainda tinha o habilidoso Felipe,que jogava também como meia.
O meio de campo, aliás, era uma verdadeira máquina. O time tinha o tetracampeão Jorginho, que também podia atuar como lateral direito. Paulo Miranda era o volante brigador, assim como Nasa, que também segurava a bronca, carregava o piano. Pedrinho era um meia habilidoso, mas que sofria muitas lesões. Por isso, os destaques eram Juninho Pernambucano, já ídolo da equipe, e Juninho Paulista, que chegaria durante a temporada para dar mais qualidade ao time.
No ataque, só craques. O ano começou com Edmundo e Romário, uma dupla que não dera certo no Flamengo, mas começou muito bem no Vasco. Edmundo, no entanto, foi emprestado ao Santos e o Vasco teve a chegada de Euller, do Palmeiras. No elenco, além de Romário, matador e maior craque do time, havia Viola, atacante matador e de muitíssima qualidade.
O ano começou com Antônio Lopes, que caiu após o bi-vice-campeonato. Abel Braga treinou durante o Campeonato Carioca e Oswaldo de Oliveira treinou o time durante todo o segundo semestre. Saiu, no entanto, por desentendimento com Eurico Miranda, pouco antes dos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa Mercosul.
Na Taça Guanabara do Campeonato Carioca, os 12 times se enfrentaram em turno único. E o Vasco foi campeão, com dez vitórias e um empate em onze jogos, sob comando de Abel Braga. Foram 35 gols marcados e apenas cinco sofridos pela máquina vascaína.
Na Taça Rio, apenas dez times jogaram. Em nove jogos, o Vasco venceu cinco, empatou duas e perdeu duas. Fez 21 jogos e teve a melhor defesa, com apenas dez gols sofridos. Contudo, ficou cinco pontos atrás do Flamengo e não garantiu o título antecipado, com o segundo lugar. Por isso, a final foi contra o Flamengo, e no jogo de ida, como visitante, perdeu por 0 x 3. Na volta, voltou a perder, agora por 2 x 1, com gol de Viola, ficando com o vice, que culminou na demissão de Abel Braga.
Por não estar na Libertadores, estreou na primeira fase da Copa do Brasil e venceu na segunda fase ao vencer o Botafogo, na Paraíba, por 3 x 1. O rival na terceira fase era a Ponte Preta. Empatou por 1 x 1 no Rio, mas venceu por 1 x 0 em Campinas. Nas oitavas, empatou em 1 x 1 com o Fluminense como visitante. Na volta, como mandante, empatou em 2 x 2 e acabou eliminado no torneio.
Restava ao time, no segundo semestre, o Campeonato Brasileiro, batizado de Copa João Havelange naquele ano, por brigas entre Gama e CBF, além da Copa Mercosul.
Na Mercosul, o Vasco caiu em um grupo com Atlético-MG, Peñarol-URU e San Lorenzo-ARG. Na estreia, no Uruguai, derrota para o Peñarol por 4 x 3, com dois de Viola e um de Romário. Em casa, contra o San Lorenzo, vitória por 3 x 0, com dois de Romário e um de Fabiano. Contra o Atlético-MG, fora de casa, nova derrota, por 2 x 0. No returno, empate em 1 x 1 com o Peñarol, em casa, com gol de Romário. Na Argentina, vitória vascaína por 2 x 0, com gols de Juninho Pernambucano e Romário. Por fim, no Rio, vitória de 2 x 0 sobre o Atlético-MG, com gols de Romário e Juninho Paulista.
Nas quartas, o rival era o Rosário Central. No Rio, vitória de 1 x 0, com gol de Juninho Paulista. Na Argentina, derrota por 0 x 1, com um gol aos 45 do seguindo tempo. Nos pênaltis, vitória do Vasco por 5 x 4.
A semifinal seria contra o River Plate. Na Argentina, goleada do Vasco por 4 x 1, com gols de Romário, Júnior Baiano, Juninho Paulista e Pedrinho. Na volta, no Rio, vitória de 1 x 0, com gol de Juninho Paulista.
A final seria contra o time que havia derrotado o Vasco no Rio-São Paulo, no começo do ano, o Vasco. E o jogo seria em uma melhor de três, sem levar em consideração o saldo de gols. Em casa de empate em pontos, disputa por pênaltis. Na partida 1, no Rio, o Vasco fez 2 x 0, com Juninho Pernambucano e Romário. No Palestre Itália, no segundo jogo, vitória palmeirense por 1 x 0.
A decisão seria novamente no Palestra Itália. E em um primeiro tempo fantástico, o Palmeiras fez 3 x 0 com Arce, Magrão e Tuta. Contudo, o segundo tempo, sob comando de Joel Santana, o Vasco marcou quatro gols. Romário fez aos 14 e aos 24, de pênalti. Juninho Paulista marcou aos 41 o gol de empate, que levaria o jogo para os pênaltis, mas Romário, aos 48, garantiu o título do Vasco.
Na Copa João Havelange, o Vasco também foi demais. Na primeira fase, ficou em quinto no módulo azul, vencendo 11, empatando seis e perdendo sete dos 24 jogos feitos, com 36 gols pró e 37 contra.
Pela classificação, o rival nas oitavas seria o Bahia. Fora de casa, após estar perdendo por 2 x 0, o Vasco virou com Clébson, Romário e Juninho Pernambucano, mas sofreu o empate no fim, com gol contra de Odvan. No Rio, Euller fez 1 x 0 para o Vasco. O Bahia empatou. Euller fez novamente 2 x 1. O Bahia empatou. Com 2 x 2 o time carioca se classificaria pelos gols fora de casa. Mas aos 30, Juninho Paulista garantiu o Vasco nas quartas de final.
O rival seria o Paraná Clube. O primeiro jogo no Rio, Juninho Paulista e Romário fizeram 2 x 0. O Paraná descontou, mas aos 38 do segundo tempo, Romário fez 3 x 1. Em Curitiba, Júnior Baiano foi expulso e o Paraná venceu por 1 x 0, mas faltou um gol para chegar na semifinal.
Na semi, o rival seria o Cruzeiro, clube de melhor campanha no Módulo Azul. No Rio, Euller fez 2 x 0 para o Vasco, que sofreu o empate com dois gols no fio do segundo tempo. A decisão seria no Mineirão. Juninho Pernambucano fez 1 x 0 para o Vasco, mas Sorín empatou para o Cruzeiro. O resultado classificaria o Cruzeiro, mas no segundo tempo Euller e ele, Romário, deram a vaga ao Vasco.
A final seria disputada contra o surpreendente São Caetano, que vinha do vice-campeonato do Módulo Amarelo, perdendo para o Paraná. A primeira final seria no Palestra Itália, em São Paulo. César fez 1 x 0 para o Azulão, mas Romário, ainda no primeiro tempo, empatou tudo. A volta aconteceria em São Januário. Mas no começo da primeira etapa, o alambrado do estádio caiu, machucando vários torcedores o jogo foi cancelado e após muita discussão remarcado para janeiro de 2001, no Maracanã. Lá, o Vasco dominou e conquistou o título. Juninho Pernambucano fez 1 x 0, mas Adãozinho empatou. Contudo, logo depois Jorginho Paulista fez 2 x 1 para o Vasco, que ainda marcaria outro com Romário no segundo tempo.
Assim, o Vasco terminaria o ano com dois títulos importantes, e com Romário, artilheiro do Campeonato Brasileiro (sem contar aqueles dos módulos inferiores), com 20 gols e como artilheiro brasileiro do ano, com 64.