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Zé Roberto, de craque a influencer de saúde: ‘Estou ainda mais acelerado’

À PLACAR TV, ex-jogador relembra passagens de sucesso por seleção e grandes clubes, e revela como mantém a forma física intacta aos 48 anos

Com músculos e tatuagens à mostra, ele chega sorridente e impressiona, sem aparentar de forma alguma se tratar de um quase cinquentão. Na realidade, a impressão é que Zé Roberto, que em julho completará 49 anos, anda até mais em forma do que nos tempos de atleta profissional. O ex-jogador com passagens por Lusa, Real Madrid, Bayern de Munique, Grêmio, Santos, Palmeiras e seleção brasileira, entre outros, segue uma rotina agitada como palestrante e uma espécie de influenciador fitness.

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Com mais de 2,4 milhões de seguidores no Instagram, Zé Roberto exibe diariamente o seu indefectível tanquinho e os métodos que utiliza para mantê-lo. “Estou ainda mais acelerado do que quando eu jogava. Minha esposa brinca comigo, eu parei com 43 anos no Palmeiras e disse que ia segurar em casa, desacelerar um pouco, mas não consegui cumprir a promessa”, brinca, em entrevista à PLACAR TV, pouco antes de gravar treinamentos para o aplicativo de exercícios Kikos Fit.

“Terminei uma carreira vitoriosa de atleta profissional, que durou 23 anos, e iniciei uma outra que traz benefícios para quem gosta de cuidar do seu maior patrimônio, que é a saúde”, explica Zé Roberto, que em breve lançará um livro sobre suas fórmulas. No pique, como nos tempos de revelação da Portuguesa, ele garante: poderia estar em campo até hoje. “O futebol, de uns anos para cá, passou a ser muito mais físico, quem não estiver preparado fica para trás. Como acompanhei essa transformação, acho que eu poderia, sim, estar jogando ainda. Para quem se cuida, a idade é só um número.”

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Zé Roberto, em foto histórica de PLACAR
Zé Roberto, em foto histórica de PLACAR

Zé Roberto, que faturou três Bolas de Prata, em 1996, 2012 e 2014, relembrou com saudades suas aparições nas páginas de PLACAR, como uma foto histórica, em que aparece ouvindo rap, nos tempos de Canindé. “Lembro bem dessa foto, eu gostava muito de Racionais, era carequinha. (…) Nessa época eu pesava 69 para 70 quilos. Na Portuguesa passei por um tratamento para ganhar massa, porque eu era muito franzino. Tomava um encontrão e já caia”, diverte-se.

Adaptar-se às novidades jamais foi problema para Zé Roberto. Uma das marcas de sua carreira foi a polivalência e a naturalidade com a qual brilhou como volante, lateral e armador. “Sempre gostei mais de jogar como meia, porque era leve, tinha facilidade de sair da marcação, uma leitura de jogo, de chegada no último terço, tinha facilidade de finalizar e dar o passe. De lateral, a primeira função é marcar. No meio, meu futebol aparecia mais.”

Ele aponta a esposa Luciana e a disciplina como segredos de seu sucesso. “Casei cedo, aos 20 anos, então nem tive muito tempo para festa e curtir, já tinha muito foco e clareza do que eu queria, o meu propósito de vida, de ser um grande profissional e ter minha família”, diz. “Ao chegar à Europa, no Real Madrid, eu entendi a diferença do jogador para o atleta profissional, mudei minha rotina e entendi que meu corpo era meu instrumento de trabalho.”

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Zé Roberto lamentou os casos de racismo contra o compatriota Vinicius Junior, do Real Madrid, e cobrou punições severas aos envolvidos, mas disse jamais ter sido vítima de semelhante agressão nos tempos de Alemanha e Espanha. “Fiquei 14 anos na Europa, nunca passei por nenhuma situação de preconceito. Cheguei a vivenciar [racismo] como pré-adolescente no Brasil, fiz umas fichas para jovem aprendiz e sofri preconceito dentro de uma das empresas” diz. “O racismo sempre existiu, aflorou mais agora e está sendo muito falado, mas vamos continuar falando por muito tempo, pois vejo como um câncer que ainda não tem medicamento para eliminar. Enquanto não houver punição severa, vai sempre existir.”

Zé Roberto, vencedor da Bola de Prata de 2014
Zé Roberto, vencedor da Bola de Prata de 2014

Com duas Copas do Mundo disputadas e um vasto histórico de troféus, o ex-jogador elegeu Vanderlei Luxemburgo como o melhor técnico de sua carreira e o Palmeiras como o clube com o qual mais se identificou. “A camisa que ficou mais marcada para os torcedores acho que é a do Palmeiras, pelo momento, muito por conta daquele discurso. O palmeirense me encontra e não fala dos títulos, mas do ‘bate no peito e diz que o Palmeiras é grande'”, diz o ídolo alviverde, campeão brasileiro e da Copa do Brasil – já quarentão.

No fim da entrevista, em tom mais descontraído, Zé listou seus ídolos, avaliou se jogou mais que craques canhotos como Alex, Djalminha e Neto, e se divertiu ao relembrar o companheiro mais fora de forma com quem atuou. “Tinha um cara, eu acho que se chamava Mohamed, lá no Catar, que eu achei até que era o roupeiro (…) Ele estava bem gordinho, tipo o Walter (risos). Mas você acredita que foi o cara que eu mais usei para criar as jogadas? Ele segurava os zagueiros e eu entrava sempre na cara do gol.”

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