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Rival do Brasil, Equador tem convocações ‘suspeitas’ e gestor polêmico

Presidida desde 2019 por Francisco Egas, dirigente máximo da federação do país acumula desafetos e é contestado por atitudes

Publicado por: Klaus Richmond, de Guayaquil, no Equador em 04/06/2025 às 07:00 - Atualizado em 04/06/2025 às 16:14
Rival do Brasil, Equador tem convocações ‘suspeitas’ e gestor polêmico
Seleção equatoriana vive grande fase embalada por 'melhor geração da história' - Divulgação/La Tri

A seleção brasileira faz nesta quinta-feira, 5, em Guayaquil, a sua primeira partida depois de uma conturbada troca de comando na CBF. Curiosamente, cruza o caminho do país um rival de cenário também bastante polêmico nos bastidores por conta de seu principal gestor, o presidente da Federação Equatoriana de Futebol Francisco Egas.

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Visto como uma figura de poucos amigos no futebol, Egas está desde 2019 no comando da entidade e coleciona atitutes controversas, seja por declarações fortes, brigas com ex-jogadores e técnicos e até mesmo uma possível influência em escolhas na seleção principal.

Na última Data Fifa, por exemplo, provocou uma avalanche de questionamentos a surpreendente decisão do técnico argentino Sebastián Beccacece de escalar o jovem volante Darwin Guagua, de apenas 17 anos, como titular contra o Chile.

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O jogador do Independiente del Valle atuou por 60 minutos, mas jamais havia jogado uma só partida como profissional até aquele momento – e fez o seu único jogo na equipe principal somente dias depois, entrando por 21 minutos diante do Deportivo Cuenca, em confronto pela sétima rodada do Campeonato Equatoriano.

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Egas estabeleceu como um padrão que nas convocações haveria três categorias de jogadores chamados pelos treinadores do país: os convocados, os ‘invitados’ (convidados) e os ‘sparrings’ (jovens que ajudam a completar os trabalhos). A justificativa é que, desta forma, a comissão técnica consegue observar mais atletas ao mesmo tempo, enquanto a federação tem menos despesas pelo fato de que nem todos receberiam bonificações por convocação.

“É tudo 100% baseado em uma avaliação econômica, porque se convocarmos 35 jogadores, isso significa que todos os 35 receberão seus bônus [por convocação]. Então, pedimos ao treinador para dividi-los [em grupos]”, explicou Egas durante uma entrevista ao programa De una, do canal Marca 90.

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Darwin Guagua na partida em que atuou contra o Chile pelas Eliminatórias - Elvis Gonzalez/EFE

Darwin Guagua na partida em que atuou contra o Chile pelas Eliminatórias – Elvis Gonzalez/EFE

“A intenção final é ter mais dias de treinamento com a seleção. Em uma Data Fifa, os jogadores começam a chegar na sexta-feira e terminam de chegar na terça-feira, e Sebastián (Beccacece) pretende continuar analisando os jogadores”, completou na ocasião.

Pesa contra o discurso aparentemente coerente, além do caso emblemático de Guagua, o excesso de jogadores do Independiente del Valle e de movimentações que levantam um sinal de alerta.

Recentemente, jogadores como o meia-atacante Kenny Arroyo e o zagueiro Yaimar Medina foram negociados com Besiktas e o Genk, respectivamente, pouco depois de convocações e de titularidades também bastante contestadas na seleção. Ambos jogaram apenas uma temporada pelo Del Valle.

Outro caso que gerou repercussão foi o do atacante Kevin Rodríguez, comprado pelo Del Valle junto ao Imbabura, da segunda divisão, e que logo estava com a seleção principal na disputa da Copa do Mundo do Catar. Depois de somente 26 jogos pelo clube, acabou negociado com o Union St. Gilloise, da Bélgica.

Kevin Rodríguez, outro bastante contestado, mas com 23 jogos pela seleção - Luis Gandarillas/EFE

Kevin Rodríguez, outro bastante contestado, mas com 23 jogos pela seleção – Luis Gandarillas/EFE

“Tudo o que foi dito sobre ele foi muito injusto”, disse Egas em outubro de 2023, durante uma entrevista coletiva. “Ele é um jovem atacante que está dando seus primeiros passos no futebol europeu e já está nos dando um grande crescimento”.

Segundo jornalistas locais, a crise na federação do país só é minimizada por conta do sucesso “da melhor geração da história” liderada por nomes como o zagueiro Willian Pacho, campeão como peça fundamental do PSG na última Champions, o volante Moisés Caicedo, vencedor da Conference League com o Chelsea, o zagueiro e lateral Piero Hincapié, do Bayer Leverkusen, entre outros. O país ocupa a vice-liderança nas Eliminatórias, com 23 pontos.

“Temos a melhor geração de futebolistas da história, com um meio-campo com menos 25 anos e jogando em alto nível”, aponta o jornalista Alfredo Arévalo Morales, da rádio KCH Deportes. “Mas há um terrível problema no comando da federação com Egas”.

Desafetos, muitos desafetos…

Em abril de 2020, um documento assinado por seis membros da Federação Equatoriana de Futebol apontou para uma “crise institucional devido à governança unilateral de Franciso Egas”.

No documento, os executivos explicavam que o dirigente “agia constantemente fora das regras estatutárias”, além de ter excedido o orçamento previsto para aquele ano com a contratação do técnico Jordi Cruijff, apresentado, mas que renunciou ao cargo antes mesmo de iniciar o trabalho no campo.

Ele chegou a perder o cargo máximo em uma espécie de reestruturação da diretoria, mas recuperou a condição de presidente depois de intervenções junto da Conmebol e Fifa. Também tem relação complicada com a LigaPro pelo desejo de retomar o controle do campeonato nacional, além dos direitos de transmissão.

Ainda teve problemas com antigos treinadores como o colombiano Hernán Darío Gómez, a quem expôs publicamente dizendo que sua permanência dependeria de resultados na Copa América de 2019 e depois com uma briga judicial no rompimento do contrato. O mesmo ocorreu com Gustavo Alfaro.

Chegou a brigar também o Antonio Valencia, referência no futebol local pelos anos de Manchester United. Após a Copa América de 2019, a federação anunciou que seis jogadores teriam consumido bebida alcoólica no hotel onde a seleção estava hospedada após um empate por 1 a 1 com o Japão, resultado que eliminou o país.

Antonio Valencia, ex-United, durante a polêmica participação na Copa América de 2019 - Joédson Alves/EFE

Antonio Valencia, ex-United, durante a polêmica participação na Copa América de 2019 – Joédson Alves/EFE

“É uma pessoa muito má, e vejam como ele está pagando por isso. As próprias pessoas que trabalham com ele estão contra”, desabafou Valencia se referindo a insatisfação de parte dos gestores da federação. “Uma pessoa assim não pode ser presidente. Ele não tem ligação com os jogadores. A FEF não pode ser administrada por esse cara”.

Enquanto segue no poder, três nomes já surgem como pré-candidatos para uma possível sucessão de Egas: o do ex-goleiro José Francisco Cevallos, ídolo do Barcelona de Guayaquil e campeão da Libertadores de 2008 com a LDU, Esteban Paz, um dos técnicos mais bem sucedidos do país, e Miguel Ángel Loor, que preside a LigaPro, responsável pela gestão da elite do futebol equatoriano.

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