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Retrospectiva 2023: Botafogo, Dortmund e outras pipocadas do ano

Fogão e alemães puxam fila dos times que tiveram tudo para conquistar, mas acabaram de mãos abanando na temporada

(Conteúdo publicado na PLACAR de dezembro, Melhores e Piores de 2023, já disponível nas bancas e em nossa loja no Mercado Livre)

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BOTAFOGO

É fato: há coisas que só acontecem com ele

Histórica virada sofrida para o Palmeiras teve peso em derrocada - Cesar Greco/Palmeiras
Histórica virada sofrida para o Palmeiras teve peso em derrocada – Cesar Greco/Palmeiras

“Tem coisas que só acontecem ao Botafogo.” Nunca o lema criado pelo cronista alvinegro Paulo Mendes Campos em 1957 refletiu tanto a realidade. Depois de fazer o melhor primeiro turno da história e disparar no topo do Brasileirão, o Glorioso sofreu uma queda abrupta, num roteiro incrivelmente sádico. Primeiro foi a ligação de Cristiano Ronaldo que convenceu o treinador Luís Castro a abandonar o líder para treinar o Al-Nassr. O substituto Bruno Lage causou estragos no ambiente e acabou demitido com o Botafogo ainda em primeiro, mas já dando sinais de esgotamento. Derrotas inacreditáveis por 4 a 3 para Palmeiras e Grêmio – o primeiro, após abrir 3 a 0, e o segundo, 3 a 1 – culminaram na perda da liderança após 31 rodadas. Tiago Nunes chegou como última cartada, mas o time deixou escapar três vitórias nos últimos minutos, cedendo empates nos acréscimos para Bragantino, Santos e o já rebaixado Coritiba. Lutar pelo título nem era esperado no início do ano, mas não há como explicar ou entender uma implosão tão devastadora.

ARSENAL

O jejum na Premier League persiste

City, de Haaland, acabou sorrindo por último e ficou com a taça - AFP
City, de Haaland, acabou sorrindo por último e ficou com a taça – AFP

Tudo levava a crer que os Gunners seriam campeões pela primeira vez desde 2004 e encerrariam a festa do todo-poderoso Manchester City. Ledo engano. Mesmo jogando um futebol ofensivo e agradável, com brilho de jovens como Saka e Odegaard, e comandado por um dos melhores discípulos de Pep Guardiola – Mikel Arteta, ex auxiliar do City –, a equipe londrina não aguentou a pressão na reta final. Perdeu pontos bobos contra times pequenos e, no jogo que “virou a chave”, foi batido em casa por 3 a 1 pelo próprio City. Ainda teve a chance de mostrar que estava vivo na casa do adversário, mas levou 4 a 1 no returno. Não teve jeito: quinto título inglês em seis anos para os Citizens e frustração no norte de Londres.

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BORUSSIA DORTMUND

A Muralha Amarela chorou

Dortmund tropeçou no Mainz, em casa, e viu o título escorrer pelos dedos - Christof Stache/AFP
Dortmund tropeçou no Mainz, em casa, e viu o título escorrer pelos dedos – Christof Stache/AFP

“Quando teremos outra chance assim?”, era o que passava pela cabeça dos torcedores do Borussia Dortmund após o fiasco na última rodada da Bundesliga, quando o time só precisava ter vencido em casa o modesto Mainz para quebrar a hegemonia de dez anos do Bayern de Munique. Com 24 minutos, porém, o placar já apontava 2 a 0 para os visitantes. O Dortmund até buscou o empate no fim, mas não foi suficiente: o implacável Bayern havia terminado em primeiro de novo. Foi um adeus melancólico para Bellingham, que deixou a Alemanha sem um título de expressão.

FLAMENGO

Incontáveis problemas, nenhum troféu

VP e Flamengo: um casamento que não deu certo - AFP
VP e Flamengo: um casamento que não deu certo – AFP

O mais caro e qualificado elenco do país, um treinador escolhido a dedo pela diretoria, mais contratações de peso… não é exagero dizer que a expectativa do Flamengo em 2023 era ganhar tudo. Mas o que se viu foi exatamente o oposto. Eliminado pelo Al-Hilal no Mundial de Clubes, ainda perdeu o Estadual para o Flu numa virada histórica que custou a demissão de Vítor Pereira. Veio o sonho antigo Jorge Sampaoli, mas o time jamais evoluiu. Caiu na Libertadores diante de um limitado Olimpia nas oitavas de final e largou muito aquém das expectativas no Brasileirão. Nem mesmo o “prêmio de consolação” da Copa do Brasil foi conquistado, com a derrota na final para o São Paulo. Sob o comando de Tite, o time ainda ensaiou uma arrancada pelo título brasileiro, mas na hora H foi derrotado por 3 a 0 pelo Atlético Mineiro no Maracanã. Contra todos os prognósticos, o ano terminou sem título na Gávea, o que não ocorria desde 2016.

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