Decisão tomada esta semana prevê proibição de entrada no país dos Barra Bravas com histórico de brigas ligadas ao futebol
A segurança dos estádios da Copa do Mundo está preparada para barrar 2.100 torcedores com histórico de brigas e agressões na Argentina. Ao longo da última semana, a Polícia Federal (PF) recebeu das autoridades argentinas uma lista com nomes e fotografias dos cidadãos envolvidos em atos violentos relacionados ao futebol. Segundo o delegado federal Anderson Bichara, coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle do Rio de Janeiro, o material será usado na entrada do Maracanã e das demais arenas, por policiais que terão a tarefa de identificar os brigões, conhecidos internacionalmente como os Barra Bravas. “A Argentina conseguiu mapear e fichar esse grupo. Todos estão com impedimento na Interpol. Eles estão proibidos de entrar no Brasil e não conseguirão passar pelo controle de imigração. Caso entrem no país por via terrestre, por exemplo, não terão acesso aos estádios”, assegura Bichara.
Leia também:
Mais de mil Barra Bravas devem vir ao Brasil para a Copa, diz jornal
Como o Black Bloc matou as manifestações
De acordo com o delegado, a PF está analisando informações disponibilizadas pela Fifa fornecidas por pessoas que compraram ingressos para descobrir se os Barra Bravas estão entre elas, o que facilitaria o trabalho de identificação dos brigões. “Há intercâmbio entre as polícias e com o comitê organizador para evitar a entrada desses torcedores no estádio. Legalmente, ele não entra. A não ser que haja alguma fraude, que o torcedor se passe por outra pessoa”, diz o delegado.
Os órgãos de segurança brasileiros também dispõem de informações fornecidas por adidos policiais brasileiros na Argentina. Devido à facilidade de deslocamento entre os dois países, no entanto, é praticamente impossível obter dados precisos, como o número de brigões que terá entrado no país durante a Copa do Mundo. Na primeira fase, a seleção da Argentina jogará em três cidades. A primeira partida será disputada no Rio de Janeiro, no dia 15 de junho, contra a Bósnia. No dia 21, a seleção joga em Belo Horizonte contra o Irã. Quatro dias depois, joga em Porto Alegre contra a Nigéria.
“Existe informação e inteligência que permitem à polícia acompanhar a localização de torcedores no território e o deslocamento. Eles terão acompanhamento especial”, diz Bichara. Segundo o delegado, a Abin participará do monitoramento, em conjunto com as polícias estaduais e federal.
Leia também:
Black blocs prometem caos na Copa com ajuda do PCC
Greves ameaçam parar o Rio no mês da Copa do Mundo