Laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo apontou o afundamento do solo como a causa do acidente que matou dois operários que trabalhavam na construção do Itaquerão, em 27 de novembro do ano passado. A construtora Odebrecht, responsável pelas obras no estádio do Corinthians, contesta o laudo e diz esperar a conclusão do estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, encomendado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, para se pronunciar oficialmente.
Na ocasião, um guindaste cedeu no canteiro de Itaquera e danificou parte da arena. O acidente causou as mortes de Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44 anos. As obras no Itaquerão ficaram interrompidas por alguns dias, fato que contribuiu para o atraso na entrega da arena. Prevista para dezembro de 2013, a inauguração aconteceu em 1º de maio, com uma partida entre operários da construtora. Antes disso, morreu também Fabio Hamilton da Cruz, de 23 anos, trabalhador que caiu durante a montagem das arquibancadas provisórias.
O laudo do Instituto de Criminalística é o terceiro sobre o acidente de novembro. O primeiro foi encomendado pela Liebherr, fabricante do guindaste, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A análise, assinada pelo engenheiro Antônio Carlos Guimarães, também apontou o solo como causa. Na ocasião, a Odebrecht negou a ocorrência e encomendou o próprio estudo com a empresa Geocompany. O laudo, feito pelo engenheiro Roberto Kochen, levou à conclusão de que o solo não cedeu. A construtora entende que o estudo a ser divulgado pelo IPT, feito a partir de várias visitas a Itaquera, será o mais conclusivo.
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A elucidação do acidente dirá se o guindaste, usado na instalação de uma peça de 420 toneladas, caiu por falha mecânica, erro humano na operação do equipamento ou problema no planejamento da obra. O Itaquerão receberá, no próximo dia 12, a abertura da Copa do Mundo, na partida entre Brasil e Croácia.