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França despacha Nigéria, 2 a 0 – e segue na rota do Brasil

A torcida de Brasília empurrou os africanos, que chegaram a assustar. No final, porém, os jovens Pogba e Griezmann garantiram a classificação dos europeus

A Nigéria fez um bom jogo, mas fracassou na tentativa de chegar pela primeira vez às quartas. A França, por sua vez, manteve aceso o sonho de ser bicampeã na casa de sua vítima favorita em Mundiais

A revolução francesa avança. Depois de uma participação degradante na última Copa do Mundo – quando se despediu logo na primeira fase, com um futebol muito pobre e mergulhada em confusões e controvérsias -, a França renovada e unida do técnico Didier Deschamps garantiu um lugar nas quartas de final no Mundial do Brasil nesta segunda-feira, em Brasília: 2 a 0 sobre a Nigéria, com gols de Paul Pogba e Yobo, contra, no Estádio Nacional Mané Garrincha. Apesar de não ter exibido o mesmo brilho de suas primeiras partidas na competição, a equipe francesa foi competitiva e soube matar o jogo na hora certa, diante de uma boa seleção nigeriana, que jogou de forma �equilibrada e consistente. Assim, o maior carrasco do Brasil nas Copas segue vivo (e na rota da seleção da casa até a final). �O próximo desafio da França acontece n�o Rio de Janeiro, na sexta, mas a equipe terá de esperar até o início da noite desta segunda para descobrir com quem brigará por um lugar na semifinal – Alemanha e Argélia jogam a partir das 17 horas (de Brasília), no Beira-Rio, em Porto Alegre, na partida que já define um dos lados da chave da Copa (Brasil e Colômbia decidirão a outra vaga entre as quatro melhores).

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O jogo começou com a torcida brasileira – que dominava quase todos os setores do estádio mais caro da Copa – deixando mais do que clara a preferência local no duelo: os gritos de “Nigéria” abafavam o tradicionalíssimo “Alles, les Bleus” e a Marselhesa. Por causa do forte calor (27 graus no primeiro tempo, com céu limpo), os franceses iniciaram a partida tentando cadenciar o confronto. Os africanos, entretanto, não queriam saber de esperar o sol baixar: eles foram para cima e mostraram que pretendiam jogar de igual para igual com os campeões mundiais de 1998. A França arriscou pela primeira vez só aos 14 minutos, com uma bomba de Giroud após jogada de Benzema. A bola subiu demais e não assustou o goleiro Enyeama. Emenike respondeu pelos nigerianos aos 17, em cobrança de falta da entrada da área, também muito acima do gol defendido por Lloris. No minuto seguinte, a Nigéria marcou, mas em impedimento: Emenike aproveitou cruzamento de Musa e desviou para a rede, mas o árbitro americano Mark Hurd anulou o gol (o nigeriano estava, de fato, adiantado no momento do passe).

Aos 21, quase o gol francês: o ótimo volante Pogba puxou um contragolpe, acionou o meia Valbuena pela direita e apareceu na área para concluir, batendo firme e testando os reflexos de Enyeama, que espalmou para fora. O ritmo do jogo ficava acelerado, com o torcedor local cada vez mais empolgado em seu apoio aos africanos. Organizado, rápido e insinuante, o time nigeriano tomava as rédeas da partida. A França, por sua vez, se limitava a tentativas esporádicas de partir em velocidade com Valbuena e Benzema. E quando os Bleus enfim trabalhavam a bola e buscavam envolver o rival com sua troca de passes, a equipe de Deschamps motivava vaias do público brasiliense. Mesmo com quase o estádio todo contra (a torcida azul se concentrava num pequeno setor atrás do gol de Lloris), a França passava a ficar mais com a bola, tentando virar a maré da partida. O lateral Debuchy, aos 39, apareceu de surpresa na área para bater para fora. O nigeriano Moses dava o troco aos 43, batendo forte, mas em cima de Lloris, que rebateu sem muita dificuldade. Depois de duas vitórias convincentes (sobre Suíça e Honduras) e um empate em ritmo de treino com o Equador, a favorita na decisão da vaga em Brasília decepcionava na primeira metade de seu compromisso de oitavas de final.

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Agora com céu encoberto em Brasília, a partida recomeçou no mesmo ritmo, com a França incapaz de se impor diante de um adversário valente e bem mais competente que a seleção nigeriana que visitou o Brasil há apenas um ano, na Copa das Confederações, sob o comando do mesmo técnico Stephen Keshi. Sem as trapalhadas de 2013 (a delegação ameaçou não vir ao país por causa de uma briga em torno da premiação), a equipe africana, a primeira de seu continente a chegar pela terceira vez à fase eliminatória de uma Copa, seguia propondo mais no jogo. Fechados na defesa e carentes de boas ideias no meio, os franceses não conseguiam municiar o artilheiro Benzema. Aos 17, Deschamps colocou Griezmann no lugar do pesado e pouco eficaz Giroud. Mas a Nigéria era a dona do jogo: aos 19, Emenike voltava a bombardear Lloris, que rebateu o chutaço disparado da meia-lua. A França só cantou de galo aos 24, quando Benzema quase marcou depois de tabelar com Griezmann. O chute do atacante do Real Madrid desviou em Enyeama e Moses afastou o perigo quase sobre a linha.

Griezmann, de 23 anos, melhorou bastante o setor ofensivo francês, que passou a criar mais. Aos 31, a Nigéria se salvou por pouco: primeiro, Benzema bateu cruzado e a zaga rebateu na pequena área; depois, Cabaye carimbou o travessão. Um minuto depois Enyeama se esticou todo para desviar a cabeçada de Benzema. Essa pressão tardia dos franceses foi recompensada com o primeiro gol da partida, marcado por Pogba, aos 34. Depois de escanteio batido por Valbuena, Enyeama saltou para desviar na pequena área, mas seu leve tapa com a ponta dos dedos não tirou a bola da área. O volante, que esperava no segundo pau, aproveitou e escorou de cabeça para as redes. Os africanos acusaram o golpe e não conseguiram reagir. E os franceses seguiam atacando: aos 38, Griezmann soltou a bomba e Enyeama defendeu. O jovem atacante coroou sua grande atuação participando do segundo gol dos franceses, já nos acréscimos, ao dividir com o nigeriano Yobo e induzir o oponente ao erro, na pequena área, desviando o cruzamento de Valbuena na direção do próprio gol. A Nigéria fracassava em sua tentativa de chegar pela primeira vez às quartas. A França mantinha aceso o sonho de ser bicampeã na casa de sua vítima favorita em Mundiais.

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