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Estádio é interditado por causa de racismo dos torcedores

Campo do Mogi fica provisoriamente fechado depois de ofensas contra Arouca

“Essas atitudes racistas não podem e nem devem mais ficar impunes. É crime previsto em lei”, disse o presidente do Santos

A Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou na tarde desta sexta-feira a interdição do Estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira, do Mogi Mirim. Foi no Romildão que o volante Arouca, do Santos, foi xingado de “macaco” pela torcida local, logo em seguida à partida em que os visitantes golearam por 5 a 2, pelo Campeonato Paulista. Para a FPF, “tal forma de agir macula de forma indelével a disciplina desportiva e macula, igualmente, os princípios básicos de civilidade e humanismo”. A entidade citou o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) para interditar provisoriamente o estádio que leva o nome do pai de Rivaldo, o presidente do clube.

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A federação se baseia no Artigo 243-G do CBJD, que trata de punir quem “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena é de fechamento do local pelo prazo de 120 a 360 dias, além de multa. Horas antes do anúncio da punição, Marco Polo Del Nero, o presidente da federação e provável sucessor de José Maria Marin no comando da CBF, divulgou nota para condenar o comportamento dos torcedores que ofenderam Arouca. Na nota, ele já afirmava que a FPF não deixaria o caso impune.

Também nesta sexta, o Santos pediu à FPF a abertura de um inquérito para apurar o episódio. Em nota oficial de repúdio ao ato cometido por torcedores da equipe do interior, o presidente em exercício do clube da Vila Belmiro, Odílio Rodrigues Filho, afirmou que o jogo ficou marcado por um “grave ato de violência” contra o volante. “Essas atitudes racistas não podem e nem devem mais ficar impunes. É crime previsto em lei”, disse o dirigente. Rivaldo lamentou o caso, mas disse que seu clube não deveria ser punido, já que a agremiação “não tem como controlar a boca dos torcedores”. Ele prometeu usar o circuito interno de TV para tentar identificar os torcedores que xingaram Arouca.

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(Com Estadão Conteúdo e agência Gazeta Press)

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