Como era o mundo na última vez que um brasileiro ganhou o prêmio da Fifa
O ano de 2007 marcou a consagração de Kaká e também inovações tecnológicas e fatos memoŕaveis na música, no cinema e na política
Mais uma vez, o Brasil está fora da disputa pelo prêmio de melhor jogador de futebol do mundo. Concorrem ao Fifa The Best de 2019, o português Cristiano Ronaldo, o argentino Lionel Messi e o holandês Virgil Van Dijk, em cerimônia marcada para esta segunda-feira, 23, em Milão. A última vez que um brasileiro conquistou a honraria foi em 2007, com Kaká, então estrela do campeão europeu Milan.
Na ocasião, Kaká superou ninguém menos que os jovens Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, que na década seguinte empilhariam cinco troféus cada um. Apesar do longo jejum de 12 anos, o Brasil segue como o país com mais vencedores do prêmio da Fifa: oito (três de Ronaldo, dois de Ronaldinho e um de Romário, Rivaldo e Kaká). Portugal aparece na sequência com seis (cinco de Cristiano Ronaldo e um de Luis Figo).
Desde então, o brasileiro a chegar mais perto do troféu foi Neymar, terceiro colocado em 2015. O atacante, atualmente no PSG, nem sequer era profissional quando Kaká faturou o prêmio. O ano de 2007 também foi marcado por grandes acontecimentos esportivos, políticos e nos ramo da tecnologia e do entretenimento; relembre:
Corinthians rebaixado, Dunga em alta e Pan
O ano esportivo foi bastante agitado e até surpreendente em 2007. No Brasil, o fato mais marcante foi o rebaixamento do Corinthians no Campeonato Brasileiro, decretado com um empate diante do Grêmio. A seleção brasileira vivia o início da primeira era Dunga e conseguiu um título marcante, o da Copa América da Venezuela, com vitória por 3 a 0 sobre a Argentina que contava com Messi, Riquelme e outros craques. Aquele ano marcou também o primeiro megaevento esportivo do século no país, o Pan-Americano do Rio de Janeiro – na sequência, o país receberia a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
‘Yes, we can’
Este foi o ano em que o mundo começou a conhecer Barack Hussein Obama, então um emergente senador do Estado de Illinois, que ousou desafiar Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata. No ano seguinte, após vencer a disputa interna, Obama arrancou na corrida presidencial com seu antigo lema, Yes, we can (Sim, nós podemos) e, ao superar o republicano John McCain, tornou-se o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.
O primeiro iPhone
O ano de 2007 registrou também uma espécie de revolução tecnológica quando Steve Jobs apresentou ao mundo o primeiro modelo do IPhone. Apesar de não ter sido o primeiro smartphone da história, o modelo da Apple rapidamente deixou para trás os concorrentes da Nokia e da BlackBerry pelo fato de funcionar com tecnologia touchscreen, sem necessidade de teclados físicos ou canetas stylus. O IPhone Original já nasceu com preço salgado: 599 dólares (cerca de 2.450 reais na cotação atual).
Tropa de Elite
“Pede para sair”, “Nunca serão”, “Não vai subir ninguém”… Este foi o ano de lançamento do filme Tropa de Elite, dirigido por José Padilha, cujos bordões dos personagens como Capitão Nascimento (Wagner Moura) ganharam as salas de cinema e as ruas de todo o país. Vencedor do prêmio Urso de Ouro do Festival de Berlim, o longa retratou a violência urbana no Rio de Janeiro e apresentou ao mundo o trabalho do Batalhão de Operações Policiais (BOPE).
Fim de Sandy e Junior
Em agosto de 2007, foi lançado o álbum Sandy e Junior – Acústico MTV, que marcaria o fim da dupla de irmãos depois de 17 anos de carreira. Doze anos depois, os dois refizeram a parceria para um turnê de enorme sucesso para matar as saudades de milhares de fãs pelo país – entre eles o próprio Kaká, que compareceu ao show inaugural.
Triângulo amoroso no BBB
O Big Brother 7 foi é um dois mais marcantes da história do reality show da Globo. O campeão, com 91% dos votos na final, foi Diego “Alemão”, que ao longo dos três meses de confinamento protagonizou um divertido triângulo amoroso com Fani Pacheco e Iris Stefaneli e levantou os índices de audiência do BBB.
O auge do Orkut
Na época em que Kaká era o melhor do mundo, os brasileiros curtiam o apogeu do Orkut, rede social criada três anos antes pelo engenheiro de software turco Orkut Büyükkökten, a primeira a fazer sucesso em larga escala no país. Com suas divertidas comunidades e inovadoras possibilidades de interação, o site era um enorme sucesso (especialmente no Brasil e na Índia) e só perderia a preferência dos brasileiros para o Facebook em 2011. A fuga de usuários e o desinteresse de seu proprietário, o Google, levaria à extinção do Orkut, oficializada em 2014.