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Análise: Luciano e Lucas são desafio para Zubeldía no São Paulo

Encaixar duas referências técnicas na escalação inicial tem sido a dor de cabeça do recém-chegado treinador; empate contra Corinthians expôs dificuldade

O São Paulo deixou a Neo Química Arena sem ser derrotado pela segunda vez consecutiva. O empate em 2 a 2 contra o Corinthians deu sequência à quebra do tabu conseguido ainda no Campeonato Paulista deste ano, além de ter somado um ponto ao clube na classificação do Campeonato Brasileiro. O desempenho, porém, deve ter deixado uma interrogação na cabeça do torcedor.

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Em fase melhor do que a do arquirrival, o Tricolor iniciou o Majestoso a todo vapor, com possibilidade de encaminhar a vitória já na primeira etapa. No entanto, erros na saída de bola e falta do controle resultaram em um empate. Entre os pontos negativos do time, um chamou mais a atenção: a dificuldade de escalar Luciano e Lucas juntos.

São Paulo atual no 4-2-3-1 no Majestoso – Reprodução

Ídolos da geração mais recente, os jogadores atuam em uma faixa parecida de campo, alternando entre as funções de meia e segundo atacante. Assim, encaixa-los desde o início tem sido uma dor de cabeça no início de trabalho de Luis Zubeldía.

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Para o clássico, o argentino optou por utilizar Lucas aberto pela direita, Luciano centralizado e Rodrigo Nestor na esquerda, com Calleri no comando de ataque. Pela escolha, porém, as principais valências do camisa 7 foram anuladas em boa parte do jogo, além de ter concentrado muitas ações no camisa 10, que não fez grande jogo.

Um raro momento de Lucas pelo meio foi justamente o que rendeu o primeiro gol do Tricolor. Livre na faixa central, o meia-atacante revelado em Cotia tabelou com Calleri e recebeu em excelentes condições para tocar na saída de Carlos Miguel. Na sequência, ele passou a receber mais passes colado à linha lateral.

Mesmo assim, o ex-jogador de PSG e Tottenham terminou o clássico como um dos principais nomes do São Paulo. Após o apito final, ele falou sobre o seu posicionamento e preferências: “Ele (Zubeldía) dá liberdade, mesmo quando jogo na ponta. Hoje comecei na direita, mas ele pediu para conversar com o Luciano, buscar jogo no meio, que é onde eu falei que me sinto mais à vontade.”

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O que Zubeldía pensa?

Quando o treinador assumiu o comando, Lucas ainda estava retornando de lesão muscular na coxa esquerda. Logo, poucas dúvidas foram levantadas sobre quem assumiria a posição de meia. Luciano teve a oportunidade e a abraçou.

Com a volta do “cria da casa”, Luis Zubeldía passou a buscar encaixes para a dupla. Juntos, em todas as ocasiões, o sacrificado foi Lucas, deslocado para o lado direito, setor em que atuou por muitos anos na Europa.

Lucas Moura abriu o placar para o São Paulo contra o Corinthians - Jefferson Aguiar/Pera Photo Press
Lucas Moura abriu o placar para o São Paulo contra o Corinthians – Jefferson Aguiar/Pera Photo Press

A dor de cabeça cresceu ainda mais no argentino com a consolidação de Rodrigo Nestor, readaptado após cirurgia no joelho esquerdo. Importante no balanço defensivo, o meia tem vaga quase garantida pela esquerda, o que diminui ainda mais as opções para a dupla.

No entanto, Zubeldía minimiza o problema e diz confiar que o camisa 7 pode atuar bem em diversas funções. “Se Lucas vai jogar pela direita, centro ou esquerda? Creio que em qualquer setor ele pode fazer bem”, disse o técnico que buscou alternativas táticas em treinos da última semana.

Desde que Zubeldía assumiu, Lucas tem seis jogos (cinco como titular) e quatro gols marcados. Em três das partidas, ele iniciou ao lado de Luciano. O camisa 10 tem dez aparições com o treinador argentino e marcou quatro vezes.

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