A última vitória por 3 a 0 sobre o Lecce, fora de casa, manteve o Como na sexta colocação da Serie A. Sob comando de Cesc Fàbregas, a equipe do norte se mantém como a grande sensação do futebol italiano na temporada, jogando bom futebol e chamando a atenção pelas ideias do treinador.
O clube voltou à Serie A após 21 anos fora da elite e encerrou a temporada passada em décimo lugar, com permanência assegurada sem drama. O campeonato desta temporada já mostra evolução contra adversários mais fortes sem abandonar iniciativa, circulação fluida e organização sem bola.
Do meio ao banco
A transição de Fàbregas para treinador ocorreu dentro do próprio clube. Primeiro como auxiliar, depois como técnico principal, o espanhol manteve o mesmo ponto que marcou sua carreira como jogador: leitura do jogo e controle de espaços.

Cesc Fàbregas, técnico do Como – Divulgação / Como
Em análise tática publicada pelo Coaches’ Voice, ele define assim sua intenção ofensiva: “Promovo um jogo ofensivo, mas com profundidade, orientando a sempre romper linhas rivais”.
A frase bate perfeitamente com sua visão geral sobre a principal onda tática do mundo, o Jogo de Posição. Além disso, explica por que o Como prioriza progressão e ruptura, não posse acima de tudo.
Jogo de Posição?
Muitas vezes confundido com o ataque posicional, o jogo de posição vai além de uma fase ofensiva. É uma filosofia integral, com conceitos como dividir o campo, ocupar racionalmente os espaços, viajar juntos pelo campo e construir vantagens.
A cultura de jogo, criada pela escola catalã-neerlandesa, de Rinus Michels e Johan Cruyff, se popularizou a nível global com Pep Guardiola. Vitorioso, o treinador influenciou uma geração de técnicos que buscaram replicar o estilo, independente do contexto.
Fàbregas, por sua vez, tem sido explícito ao criticar sua versão mais rígida. Em entrevista ao L’Equipe, em 2021, ao analisar o futebol, citou mecanização excessiva.









