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Estádio de Brasília é reprovado em 1º teste do ‘padrão Fifa’

O torcedor que pagou até 400 reais para ver Santos x Flamengo enfrentou filas quilométricas, aglomeração nos bares e banheiros e corredores com entulho

A menos de três semanas do primeiro jogo do torneio, os vestiários, o setor de imprensa e corredores ainda não foram finalizados. Sobras de material de construção estão por toda a área interna do estádio

Um jogo sem gols, sem bom futebol, sem emoção e, pior, sem uma avaliação satisfatória do padrão Fifa. Na primeira grande partida do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, no domingo, só não faltaram tropas de choque da Polícia Militar e filas quilométricas em volta da arena, a mais cara de todas que serão usadas na Copa das Confederações do mês que vem. Para evitar um vexame, com milhares de cadeiras ainda vazias no início da partida entre Santos e Flamengo, os policiais liberaram a vistoria com detectores de metal – uma exigência na Copa das Confederações – uma hora antes do início do jogo para garantir que milhares de torcedores chegassem a seus lugares até o final do primeiro tempo. Com a falta de revista na entrada, o evento, que seria o único teste antes de o estádio receber a abertura da Copa das Confederações, não serviu para avaliar os preparativos de Brasília para o jogo entre Brasil e Japão, em 15 de junho.

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Os 63.501 torcedores que pagaram ingressos de 160 a 400 reais para assistir ao jogo enfrentaram uma série de obstáculos. Às 13 horas, três horas antes do pontapé inicial, já havia filas nas portarias com detectores de metal. Depois dessa barreira, os torcedores tinham de enfrentar outra fila nos portões do estádio. Falhas nas catracas que faziam a leitura dos códigos de barras dos ingressos transformaram a entrada num martírio. Quando a polícia deixou de fazer a vistoria com detectores, a espera nas filas passou a ser de cerca de uma hora e meia. Dentro da arena, havia ainda aglomeração nos bares e banheiros. A polícia tratou o evento como uma cúpula de chefes de estado, levando para o estádio centenas de homens armados. Um helicóptero sobrevoou o local durante o jogo todo. Os agentes de segurança controlaram um raio de dois quilômetros em torno da arena, proibindo o trabalho de ambulantes e estacionamento de carros, o que é costume nos eventos promovidos pela Fifa.

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O serviço de locução do estádio, com traduções em inglês e espanhol, falhou ao anunciar quem tinha recebido cartão do árbitro, trocando os nomes dos jogadores. Mas detalhes como esses eram secundários. Pior ainda foi constatar que a obra bilionária foi entregue ainda distante de sua condição ideal. A menos de três semanas do primeiro jogo do torneio, os vestiários, o setor de imprensa e corredores ainda não foram finalizados. Sobras de material de construção estão por toda a área interna do estádio, cujos corredores ainda não estão totalmente acabados. Além de seu custo elevado, o estádio de Brasília enfrenta críticas pela perspectiva preocupante em relação ao seu uso fora dos períodos dos dois torneios da Fifa. As competições locais têm médias de público muito baixas. O governo aposta que será capaz de levar grandes eventos para a cidade, incluindo shows e partidas de clubes de grande torcida, como aconteceu no sábado. Resta saber se isso acontecerá com a frequência necessária para cobrir os altíssimos custos de manutenção da nova arena.

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(Com Estadão Conteúdo)

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