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Com rapidez olímpica, Londres mostra ter poder de reação

Cidade-sede conseguiu combater falhas de maneira eficaz nesta segunda-feira, indicando que ser flexível é tão importante quanto planejar com antecedência

De acordo com o prefeito, esse começo de Olimpíada representou uma vitória do transporte público sobre os veículos particulares – até as autoridades estão viajando de metrô e trem

Londres amanheceu nesta segunda-feira com dois grandes desafios: dar conta do fluxo adicional de visitantes no primeiro dia útil com disputas olímpicas na capital e encontrar uma solução para os grandes espaços vazios nas arenas dos Jogos. O detalhado planejamento estratégico da cidade para o período de competições previa uma complexa operação de trânsito para para manter o caminho livre para os veículos olímpicos – com atletas, dirigentes, autoridades e jornalistas – e arquibancadas totalmente lotadas através de um longo processo de distribuição dos ingressos. A realidade, entretanto, foi outra. As “Games Lanes”, faixas exclusivas para os veículos olímpicos, por enquanto são mais problema do que solução – enquanto pouquíssimos ônibus e carros autorizados trafegam por elas, o já saturado trânsito londrino fica ainda mais engarrafado. No caso dos ingressos, Londres não imaginava que encontraria tantos lugares vazios justamente nos melhoressetores: as áreas para convidados, com posição privilegiada nas arenas e, o que é melhor, entregues de graça. A sede dos Jogos de 2012 soube reagir a esses imprevistos. Já nesta segunda, adotava medidas rápidas e simples para minimizar os problemas. O bom poder de reação dos organizadores sinaliza que, no caso de um evento tão grande e tão complicado, saber lidar bem com os imprevistos talvez seja tão importante quanto acertar nos preparativos da cidade.

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No caso do trânsito, a medida anunciada pelo prefeito Boris Johnson foi a desativação temporária das faixas exclusivas nos momentos em que não há grande movimento de veículos da chamada “família Olímpica”. Acredita-se, aliás, que essa providência será adotada diariamente, reduzindo o impacto negativo das “Games Lanes” na rotina dos motoristas. De acordo com o prefeito, esse começo de Olimpíada representou uma vitória do transporte público sobre os veículos particulares – Boris Johnson garante que é possível abrir mão das faixas exclusivas durante vários períodos do dia justamente porque até as autoridades estão viajando de metrô e trem. Nesta segunda, por exemplo, o primeiro-ministro David Cameron foi ao Parque Olímpico usando o transporte público, “para ver pessoalmente qual era a situação do passageiro”. Até o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, dispensou o motorista e usou o novo sistema de trem leve de Docklands. Já em relação aos ingressos, a alternativa encontrada pelos organizadores foi simplesmente pedir de volta os ingressos que não vêm sendo usados pelos cartolas e seus convidados. Quando os bilhetes são devolvidos, entram imediatamente no sistema on-line de venda direta ao público. Na noite de domingo, foram 3.000 entradas, entre elas ingressos para competições muito procuradas, como ginástica, vôlei de praia e natação. Essa saída, porém, não resolve todo o problema: como alguns setores são de entrada restrita a dirigentes, essas cadeiras não podem ser oferecidas ao público, por razões de segurança. Londres segue em busca do que fazer com esses lugares.

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