Lateral-esquerdo Miguel Navarro, que deixou o campo chorando, foi à delegacia de Polícia Militar do MorumBis
Nesta terça-feira, 27, o lateral Miguel Navarro, do Talleres, deixou o campo chorando após derrota para o São Paulo, pela Copa Libertadores, no MorumBis. Após o jogo, o venezuelano afirmou que sofreu xenofobia de Damián Bobadilla, atleta paraguaio da equipe brasileira.
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Miguel Navarro, lateral do Talleres, foi à Polícia Militar do MorumBis. O defensor chorou em campo após ouvir algo de Damián Bobadilla.
Augusto Schott (jogador) e Mariano Levisman (técnico) denunciaram racismo e discriminação do jogador do São Paulo.@placar pic.twitter.com/tX9fCxuTgE
— Guilherme Azevedo (@guiazevedo31) May 28, 2025
Navarro deixou o campo e se negou a falar sobre o assunto. Porém, seu companheiro de equipe, Augusto Schott, levantou a questão em entrevista à Conmebol, citando, inclusive, o termo “racismo”.
Mais tarde, entretando, o próprio atleta Navarro se pronunciou nas redes sociais, alegando injúria em razão de sua origem. “Queria eu ter a solução em minhas mãos da fome que vive o meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não acredito que se possa fazer muito pela pobreza mental. Nunca senti vergonha das minhas raízes, vou até a última instância contra o ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil por Damián Bobadilla, do São Paulo. No futebol, não há espaço para os discursos de ódio”.
Miguel Navarro acusou Bobadilla de xenofobia
Em coletiva de imprensa, o treinador Mariano Levisman também comentou o caso: “Esta competição conscientiza com muita ênfase sobre discriminação e nosso jogador foi discriminado hoje. Fizeram comentários ofensivos sobre sua procedência e é algo que não pode passar despercebido. Temos um jogador sofrendo, até ameaçou sair de campo.”
Na zona mista, o goleiro Javier Burrai falou à imprensa em tom de indignação. “Entendi que (Bobadilla) disse a ele (Miguel Navarro): ‘Venezuelano morto de fome’. Pois é, um ato gravíssimo e vou repetir que se fosse ao contrário não nos deixariam sair do gramado.”
Xenofobia é considerada crime no Brasil e está prevista na Lei nº 7.716/1989. O artigo 2º da lei estabelece como infração penal qualquer ato que pratique, induza ou incite a discriminação ou o preconceito por procedência nacional a uma coletividade. (Incluído pela Lei n° 14.532, de 2023).
Injúria racial, por sua vez, é o crime cometido quando alguém dirige ofensas a uma pessoa com base em características como raça, cor, etnia, religião ou origem. Diferente do racismo, que atinge um grupo ou coletividade, a injúria racial é direcionada a um indivíduo específico.
Ambos os crimes estão previstos na mesma Lei de Crimes Raciais são passíveis de pena de reclusão, além de multa. Os dois crimes também admitem prisão em flagrante, caso o acusado seja detido imediatamente ou logo após.
De acordo com informações de Felipe Gomes Ruiz, do ge, Damián Bobadilla deixou o MorumBis logo após o fim do jogo. Dessa maneira, o paraguaio não estava no vestiário do São Paulo quando policiais foram até o local.
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