Brasil e Uruguai vivem ‘guerra fria’ por temperatura de estádio
Rivais históricos divergem nos bastidores sobre climatização do Allegiant Stadium, em Las Vegas, antes de decisivo confronto pela Copa América
A menos de 48 horas da disputa das quartas de final da Copa América, Brasil e Uruguai já acenderam a antiga rivalidade com uma disputa um tanto quanto curiosa nos bastidores: a temperatura ideal do Allegiant Stadium, em Las Vegas, que pode ser climatizado artificialmente.
Segundo o jornal uruguaio Ovación, a federação uruguaia requereu à Conmebol, sem a consultar a CBF, a viabilidade de reduzir de 23 para 20 graus celsius a temperatura. O fisiologista da seleção brasileira, Guilherme Passos, diz que a partida diante dos paraguaios no mesmo palco foi disputada a 25 graus.
“A temperatura ideal que a gente utiliza, chamada de termoneutra ou temperada, é em torno de 23 graus para a maioria da população. Outra coisa que temos que considerar também é o estresse térmico, gerado por uma soma da temperatura e a umidade relativa do ar. Se temos uma temperatura moderada, mas com umidade do ar muito alta, o estresse térmico aumenta. Se for moderada, com umidade mais baixa, diminui. Então, é interessante que fique em torno de 23 graus e a umidade do ar entre 50 e 60%”, disse Passos à PLACAR.
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“Seria uma diferença pequena [de 20 graus], não tendo tantos efeitos assim no estresse térmico no desempenho físico dos atletas. A nossa posição é que possam colocar na que indicamos, em torno de 23 graus”, completou.
O recurso tecnológico do Allegiant, que possui cobertura retrátil, é considerado fundamental para a prática esportiva em Las Vegas, situada dentro do deserto do Mojave. No retorno à cidade, a delegação brasileira encontrou termômetros ainda mais elevados que na primeira fase: 47 graus.
Para amenizar efeitos, a seleção brasileira estabeleceu toda a programação de treinos no período da noite, às 19h, no Bettye Wilson Soccer Complex: “A gente tenta minimizar. Uma das estratégias é treinar em um horário do dia sem a radiação solar, por isso às 19h. Isso minimiza o estresse térmico durante os treinamentos também”, explicou o fisiologista.
Questionado sobre a probabilidade de uma mudança, o meio-campista Andreas Pereira também se manifestou favorável a manutenção da temperatura utilizada diante dos paraguaios.
“No último jogo aqui em Vegas (diante do Paraguai) a temperatura estava boa. Não estava muito frio, era um clima bom [no estádio]. A gente está sofrendo um pouco com o ar-condicionado no hotel, lábios ressecados, muito frio nos lugares para jantar e almoçar. Não precisa diminuir mais”.
O calor infernal de 45 graus de Las Vegas é amenizado com o ar-condicionado nos lugares fechados como hotéis, cassinos, lojas e restaurantes.
No jogo Brasil x Paraguai, a temperatura climatizada era de 25 graus dentro do Allegiant Stadium (mais de 40 fora).
Andreas Pereira… pic.twitter.com/A15uTRjBYd
— Leandro Quesada (@leandroquesada) July 4, 2024
A climatização dos estádios é comum nos Estados Unidos. Na estreia diante da Costa Rica, a equipe atuou no SoFi Stadium, em Los Angeles, que também conta com o mesmo recurso. O empate contra os colombianos no último jogo, no Levi’s Stadium, foi debaixo de forte calor, amenizado somente por uma enorme sombra na maior parte do campo.
Para a partida decisiva, o técnico Dorival Júnior não contará com o atacante Vinicius Júnior, que cumpre suspensão pelo segundo cartão amarelo.
Os confrontos de mata-mata começam já nesta quinta, 4, com a partida entre Argentina e Equador, em Houston. Na sexta, 5, Venezuela e Canadá duelam em Dallas, enquanto no sábado Colômbia e Panamá, em Glendale, e Brasil e Uruguai, em Las Vegas.
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