Depois de celebrar a vitória contra a Colômbia e ficar a dois passos do hexa, a seleção fica sem o seu craque quando mais precisava dele
E agora, o que será da seleção brasileira sem Neymar? A Copa do Mundo de 2014 ficará lembrada para sempre pela forte entrada do lateral-direito colombiano Juan Camilo Zúñiga com a perna direita nas costas do camisa 10 brasileiro. O juiz, o espanhol Carlos Velasco Carballo, deu vantagem no lance. Estatelado no gramado, em prantos, o craque do Barcelona foi tirado de campo na maca. Levado ao hospital São Carlos, em Fortaleza, veio a notícia que o Brasil não gostaria de ouvir, nem no pior dos pesadelos: Neymar está fora da Copa. Ele fraturou a terceira vértebra lombar, conhecida como L3, e precisará de pelo menos quatro semanas de recuperação. Qualquer movimento mais brusco, numa região ligada a extensos feixes de músculos, provoca dores insuportáveis. Um dos médicos da seleção, Rodrigo Lasmar, confirmou, por meio de um exame de tomografia computadorizada, que o craque teria de ser imobilizado. Não é uma fratura grave, não será preciso cirurgia, mas há um fato triste e incontornável, não teremos Neymar contra a poderosa Alemanha e, eventualmente, na grande final do domingo 13, no Maracanã. O impacto da ausência do craque lembra a dor cívica de 1966, quando Pelé foi caçado na Inglaterra pelo zagueiro português Morais. O algoz, Zúñiga, de voz mansa e gestos pausados, paradoxais com seu modo vigoroso de jogar, parecia assustado depois da partida. “Nunca foi minha intenção provocar o mal a outro jogador”, disse. “Torço e rezo para que não seja nada grave.” Foi.
A tragédia de Neymar – sim, é uma tragédia – foi o momento mais dramático de vinte dias de emoção e aflição. Houve lágrimas nas cinco execuções do Hino Nacional, em entrevistas, nas vitórias pouco convincentes contra Croácia e Camarões, no penoso empate sem gols com o México, antes, durante e depois da angustiante decisão por pênaltis diante do Chile. Sexta-feira, em Fortaleza, os jogadores se abraçaram novamente com olhos marejados e mãos erguidas para o céu. Enfim, os sentimentos vieram à tona com o triunfo diante da Colômbia por 2 a 1. Foi mais uma vez sofrido, mas animador – e trouxe a redenção, depois de tantos erros e incertezas nas partidas anteriores. Quem chorou – e com bons motivos – foi a jovem estrela James Rodríguez, artilheiro e um dos destaques deste Mundial.
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet, no iPhone ou nas bancas.
Outros destaques de VEJA desta semana
Uma frase para descrever motivos para baixar nosso aplicativo
Baixe nosso app