No auge de sua carreira, Novak Djokovic é uma das grandes estrelas dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas não parece satisfeito com a organização do evento. O tenista sérvio, número 1 do mundo e recém-consagrado como recordista de títulos de Grand Slam (20, empatado com Roger Federer e Rafael Nadal), estreou bem na Olimpíada, ao bater o boliviano Hugo Dellien neste sábado, 24, por 2 sets a 0, com duplo 6/2. Apesar do placar, no entanto, Djokovic disse ter sofrido demais em quadra devido a um detalhe: os quase 35ºC no termômetro.
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Djokovic não foi o primeiro atleta a reclamar do intenso verão na capital japonesa, mas foi claro ao protestar contra o horário das partidas, que começam às 11h locais, justamente o horário mais quente.
“Para ser honesto, eu não entendo porque eles não começam as partidas por volta de três da tarde. Eu ouvi dizer que tem um horário limite para os jogos terminarem antes de meia noite. Mesmo assim, acabei de jogar a última partida e não é nem cinco da tarde”, desabafou o atual rei do tênis, que busca o único grande troféu que lhe falta. Em Pequim-2008, ele ficou com a medalha de bronze.
O problema vem afetando especialmente os atletas do leste europeu. O russo Daniil Medvedev, número 2 do tênis, fez coro ao pedido de Djokovic. Sua compatriota Anastasia Pavlyuchenkova precisou passar por atendimento médico durante sua partida, também com os termômetros passando dos 30ºC, enquanto a Sérvia, Nina Stojanovic, utilizou uma espécie de tubo ar-condicionado para se refrescar.
A organização não se manifestou sobre a reclamação dos tenistas, mas está ciente do problema. A maratona, evento mais emblemáticos dos Jogos, aliás, foi transferida da capital para Sapporo, a 800 km, onde as temperaturas não passam de 28ºC. Na próxima rodada, na segunda-feira, 26, Djokovic enfrentará o alemão Jan-Lennard Struff, que derrotou o brasileiro Thiago Monteiro na primeira fase.