Procuradoria americana pede dez anos de prisão para José Maria Marin
Ex-presidente da CBF pode ter de devolver dinheiro desviado e custo de advogados
O Ministério Público dos Estados Unidos pediu uma pena de dez anos de prisão para José Maria Marin, condenado no final de 2017, em um tribunal de Nova York, por corrupção. Os procuradores ainda querem que o ex-presidente da CBF restitua o dinheiro que desviou. A sentença de Marin será anunciada na próxima quarta-feira, dia 22, pela juíza Pamela Chan.
Marin foi condenado por seis crimes, envolvendo propinas de 6,5 milhões de dólares (mais de 25 milhões de reais), mas seus advogados, em carta ao tribunal, solicitam que seja solto ‘imediatamente’ e que o tempo que esteve em prisões na Suíça, desde 2015, e nos Estados Unidos seja considerado como pena suficiente. Pela lei americana, ele poderia pegar até 24 anos de prisão.
O caso ainda envolve mais alguns milhões de dólares e os procuradores insistem que Marin também deve pagar uma multa. Apresentando-se como vítimas, a Fifa, a Conmebol e a Concacaf querem recuperar pelo menos 120 milhões de dólares (465 milhões de reais) de Marin e outros condenados no esquema de corrupção do futebol. As entidades acusam seus ex-líderes de ter causado dano irreparável às instituições.
“Marin abusou de forma grosseira de sua posição de confiança na comunidade do futebol para se enriquecer, enquanto causava dano para a Fifa e seus membros’, escreveram os advogados da Fifa. A entidade pretende reaver gastos com viagens e salários ao brasileiro entre 2012 e 2014 e custos de advogados: a defesa preparada pela Fifa em três anos custou 28 milhões de dólares (108 milhões de reais) em honorários para advogados.
Além da Fifa, a Conmebol também busca restituição de pelo menos 94 milhões de dólares (364 milhões de reais). Isso incluiria a verba desviada, perdas com salários, gastos com advogados e rendas perdidas em torneios como Copa América e Copa Libertadores, por causa de esquemas corruptos na venda de direitos de TV.