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Por que a lesão de LCA é o grande pesadelo dos atletas

À PLACAR, especialista explica causas, tratamento e formas de prevenção da temida lesão de ligamento cruzado anterior que afastou Neymar, Ibra e outras estrelas dos campos

Publicado por: Lucas Marques em 19/07/2025 às 08:00 - Atualizado em 19/07/2025 às 09:08
Por que a lesão de LCA é o grande pesadelo dos atletas
Neymar é substituído de maca e vai às lágrimas com lesão no joelho - Pablo PORCIUNCULA / AFP

Todos os amantes de futebol já ouviram falar da temida lesão no joelho conhecida como LCA, acrônimo de Ligamento Cruzado Anterior.

Diversas estrelas do esporte sofreram com o infortúnio, como Neymar, em 2023, quando torceu o joelho e passou quase um ano afastado dos gramados. No passado, o holandês Ruud van Nistelrooy também enfrentou um longo período de recuperação após o rompimento do LCA, perdendo a chance de disputar a Euro-2000 com a Holanda.

A ruptura do ligamento exige cirurgia e meses de fisioterapia. Os avanços da medicina, no entanto, vem trazendo boas notícias, com atletas voltando ao desempenho com mais cautela e segurança. É uma lesão que assusta não só pelo impacto físico, mas também pelos efeitos mentais, que podem comprometer a confiança e a performance no retorno.

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Um caso que surpreendeu o mundo foi de Zlatan Ibrahimović. Em 2022, o sueco rompeu o ligamento, mas mesmo lesionado, seguiu jogando por cerca de seis meses, algo extremamente raro e perigoso.

 

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“Nos últimos seis meses, tenho jogado sem o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O joelho está inchado há seis meses. Só consegui treinar com a equipe dez vezes nos últimos seis meses. Tomei mais de vinte injeções . Esvaziei meu joelho uma vez por semana durante seis meses. Analgésicos todos os dias durante seis meses. Eu mal dormi de dor por seis meses” disse o jogador.

 

Tire suas dúvidas sobre a lesão de Ligamento Cruzado Anterior (LCA)

Para entender um pouco mais dessa lesão que vem sendo tão recorrente, quais esportes e posições são mais vulneráveis, e como a prevenção pode fazer a diferença, PLACAR procurou o Dr. João Grangeiro, presidente da SBRATE (Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte).

Confira a entrevista:

Por que a lesão no LCA tem se tornado cada vez mais comum entre os atletas?

O que existe hoje em dia é a possibilidade de fazer o diagnóstico de forma precoce. Eu não sei se essa afirmativa de ter se tornado cada vez mais comum entre os atletas procede, eu acho que hoje o que está acontecendo é a possibilidade, é o conhecimento de você poder fazer o diagnóstico da lesão do ligamento cruzado anterior de maneira mais precoce. E fazendo esse diagnóstico, é claro que você acaba identificando um número maior de pessoas que sofrem com a lesão do LCA. Os meios diagnósticos melhoraram.

Existem esportes mais propensos a esse tipo de lesão? Quais?

Exatamente aqueles esportes em que você demandam mais o mecanismo de pivô do joelho. Como o futebol, o handebol, o esquí, o esquí alpino, sobretudo, o basquete, futebol de salão, ou seja, modalidades que envolvam mudança de direção muito rápida, muito súbita, e com muita intensidade.

O tipo de gramado (natural, sintético ou híbrido) influência no risco de lesão?

Não. Os trabalhos que existem hoje não afirmam, ou seja, isso não é uma coisa contestada. Nào há como dizer que no sintético há possibilidade maior de romper mais o cruzado do que no outro tipo de gramado.

Fatores genéticos influenciam na predisposição a essa lesão?

Aparentemente não.

Qual o papel da preparação física na prevenção da lesão do LCA?

É muito importante você buscar um equilíbrio muscular, entre agonistas e antagonistas do joelho, é sempre de bom alvitre para que você esteja, na realidade, prevenindo a lesão do ligamento cruzado anterior.

O que exatamente acontece no joelho quando o LCA é rompido?

É a destruição do ligamento cruzado anterior. O joelho perde a capacidade de evitar os movimentos normais do joelho, ou seja, a ausência do ligamento faz com que o joelho passe a ter determinados movimentos considerados anômalos. Aumenta muito a instabilidade dessa articulação.

O rompimento do LCA pode afetar outras partes do joelho, como menisco ou cartilagem?

Sim, definitivamente. Rompimento do ligamento cruzado anterior pode ocasionar lesões secundárias, como lesões meniscais e lesões importantes da cartilagem.

Depois de romper o LCA, o joelho volta a ser 100% como antes? Ou o atleta sempre fica com alguma limitação?

Não. Hoje a proposta do tratamento cirúrgico é para devolver a estabilidade do joelho e reparar aquelas lesões que porventura estejam associadas. Sem dúvida alguma, isso confere ao atleta possibilidade de retorno ao esporte de maneira plena.

É possível o atleta optar por não operar? Em quais casos?

É extremamente difícil, o atleta que faça a opção por não operar, se ele está envolvido no esporte de muita intensidade, onde os movimentos rotacionais são cobrados nos gestos esportivos. Esse atleta não vai conseguir realizar a prática esportiva sem fazer a reconstrução do ligamento cruzado anterior.

Como é o processo cirúrgico para reconstrução do LCA?

A gente procura uma estrutura no corpo humano semelhante ao ligamento, que são os tendões, para fazer a reconstrução do ligamento cruzado anterior.

Quantas cirurgias de LCA um atleta pode fazer ao longo da carreira?

Eu sinceramente espero que uma só. Se o atleta precisa fazer várias cirurgias para o ligamento cruzado anterior durante a carreira, isso vai, sem dúvida alguma, piorar muito o prognóstico dessa lesão e pode vir a ser um fator limitante na carreira desse atleta, sem dúvida alguma.

Quanto tempo após a cirurgia o atleta já consegue realizar atividades simples do dia a dia, como caminhar ou dirigir?

Geralmente, nas duas primeiras semanas, três primeiras semanas no máximo, ele já está apto a ter uma atividade diária normal.

Em média, quanto tempo leva para um atleta profissional retornar após romper o LCA?

Hoje, o que é preconizado pela bibliografia e é o que também confere com a experiência de vários clubes, enfim, e vários cirurgiões que especificamente tratam de atletas, nós falamos alguma coisa em torno de nove meses, na realidade.

O retorno precoce aos gramados aumenta o risco de nova lesão?

Os trabalhos hoje mostram que sim.

É comum romper novamente o ligamento após a recuperação?

Não, comum não é, mas existe uma percentagem pequena e isso infelizmente pode acontecer.

Já viu casos de atletas que não conseguiram voltar ao mesmo nível após a lesão? Por quê?

Existem inúmeros fatores que, na realidade, podem contribuir para o atleta não chegar a performar no mesmo nível de antes. Isso pode se dever a inúmeros fatores, inclusive fatores psicológicos também.

A recuperação mental é tão importante quanto a física nesse processo?

Sem dúvida alguma, a recuperação psicológica faz parte de todo o processo de retorno à atividade esportiva.

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