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Investigação suspeita de lavagem de dinheiro em acordo entre Nike e CBF

Empresa Traffic também está envolvida nos acordos

Autoridades espanholas suspeitam que Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e Sandro Rosell, ex-executivo da Nike no País e ex-presidente do Barcelona, estiveram envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado aos contratos entre a seleção brasileira e a  empresa americana, que patrocina a seleção brasileira desde 1997. O caso foi conduzido pela Unidade de Delinquência Econômica e Fiscal, que concluiu que comissões ilegais avaliadas em 26 milhões de dólares (cerca de 97 milhões de reais) foram pagas a Rosell por ter mediado o contrato. Do valor total recebido pelo ex-dirigente catalão, hoje preso, Teixeira teria ficado com 5 milhões de dólares (19 milhões de reais).

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Segundo o jornal espanhol El Confidencial, o contrato que gerou a propina seria de 6 de novembro de 2008 e estaria em vigor até 2011. O fim do acordo coincide, segundo a publicação, com a entrada de Rosell na presidência do Barcelona e sua necessidade de se desfazer de contratos anteriores que pudessem representar um conflito de interesse.

Rosell teria usado a empresa Ailanto Marketing, criada no Brasil e alvo de investigações das autoridades nacionais, para realizar a transação. Diante da juíza espanhola Carmen Lamela, Rosell disse na segunda-feira que o pagamento a Teixeira era uma forma de anular um empréstimo que o brasileiro lhe teria feito. No entanto, os recursos passaram por vários paraísos fiscais e diversas contas de empresas offshore, o que, na avaliação dos investigadores, seria um sinal de que houve uma tentativa de impedir que o percurso do dinheiro fosse identificado.

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Nos Estados Unidos, o FBI investiga a Nike por suspeitas de suborno em relação ao Brasil e o contrato avaliado em 160 milhões de dólares (600 milhões de reais) com a seleção. Ricardo Teixeira é suspeito de ter dividido com o empresário José Hawilla uma propina de 30 milhões de dólares (112 milhões de reais) por terem fechado um acordo com a empresa em 1996, dando a ela exclusividade para explorar a imagem da seleção.

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De acordo com documentos oficiais do Departamento de Justiça dos EUA, a CBF havia fechado um acordo milionário que previa um pagamento extra em uma conta na Suíça de 40 milhões de dólares (149 milhões de reais) para a Traffic. Após o acordo com a Nike, Hawilla emitiria notas por serviços supostamente prestados entre 1996 e 1999 no valor de 30 milhões de dólares (112 milhões de reais) para a empresa que em troca fazia os depósitos.

Para a Justiça americana, esse valor se refere a “propinas e subornos” que o então presidente da CBF e o empresário brasileiro receberam da empresa. Em uma nota à imprensa, a Nike indicou que está “comprometida em cooperar com qualquer investigação governamental relacionada com a Fifa”.

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