O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na última terça-feira, 4, uma plataforma de consulta dos nomes mais comuns do Brasil. Os dados, baseados no Censo Demográfico 2022, última referência, revelaram mais de 124.000 nomes, o que abre espaço para referências do mundo do futebol.
Ainda que nomes usados por menos de 20 pessoas não sejam divulgados por conta de sigilo estatístico, foi possível observar pontos interessantes. Um deles é a alta incidência do nome Riquelme, praticamente inexistente no Brasil até os anos 2000.

Riquelme em duelo com o volante Arouca – Marcelo Sayão/EFE
O “boom” acontece justamente na década em que o meio-campista argentino Juan Román Riquelme brilhou. Foram registrados 12.220 nascidos com esse nome entre 2000 e 2009 e, segundo o censo, atualmente existem 25.942 pessoas com esse nome, sendo o estado de São Paulo o com mais exemplos – mais de 3.700. A idade média dos “Riquelmes” é de 12 anos.
Vale lembrar que a consulta é válida apenas para a grafia exatemente igual à do sobrenome do ídolo e presidente do Boca Juniors. O IBGE ainda aponta a existência de 4.675 “Rikelme”, além de outras variações.
Ronaldinho, Romário, Ibrahimovic e mais
Outros nomes chamam a atenção e têm crescimento especificamente nas décadas de destaque dos jogadores homônimos. Entre os anos de 1990 e 1999, foram registrados 174 crianças com o nome Ronaldinho, fato que pode ser facilmente ligado aos destaques de Ronaldo Nazário e Ronaldo Assis (Ronaldinho Gaúcho) no período.
Romarinho obedece uma lógica idêntica, tendo em vista que 26 pessoas, com idade média de 27 anos, têm esse nome. Já Romário, um nome até relativamente comum nos anos 1960 e 1970, explode entre 1990 e 1999, em pico que pode ser explicado pelo destaque do baixinho na Copa do Mundo de 1994.

Pet comemora o icônico gol de falta na final do Carioca de 2001 – Eduardo Monteiro/Placar
Zico é outro que influenciou muitos batismos desde os anos 1980, desde a utilização de seu nome, Arthur, como em seu apelido. O gráfico de “Arthurs” dispara nas últimas quatro décadas, e o nome “Zico” atualmente é de 582 pessoas, com o “boom” nos anos 1970 e 1980.
Há ainda referências a grandes jogadores gringos. Petkovic, sobrenome de Dejan Petkovic, sérvio de destaque no futebol brasileiro, atualmente é o primeiro nome de 43 pessoas, com idade média de 20 anos, e D’alessandro, sobrenome de Andrés D’alessandro, argentino ídolo do Internacional, batiza 847 pessoas, sendo 384 do estado do Rio Grande do Sul.
Outras curiosidades nascem de quem sequer chegou a atuar no país, como nos casos de Ibrahimovic, Messi, Klismann e Liniker. Até mesmo Maradona e Zidane, algozes do Brasil nas Copas de 1990 e 2006, respectivamente, batizaram nascidos no país.
Outros nomes de jogadores
Pelé – 75
Romário – 50.538
Riquelme – 25.942
D’alessandro – 847
Klismann – 133
Liniker – 1084
Messi – 363
Zico – 582
Ibrahimovic – 80
Petkovic – 43
Kaká – 121
Neymar – 2443
Lionel – 1530
Zinedine – 42
Zidane – 711
Maradona – 128
Romarinho – 26
Ronaldinho – 187





