O 75º Congresso da Fifa começa nesta quinta-feira, 15, em Luque, no Paraguai, com um tema bem definido: o combate ao racismo no futebol. Ironicamente, o evento acontece na casa da Conmebol, acusada de leviandade com casos do tipo envolvendo brasileiros em episódios recentes na Libertadores.

No caminho da chegada pelo aeroporto internacional Silvio Pettirossi ao quarteirão em que a Conmebol tem os seus campos e prédios instalados, uma linha reta de pouco mais de dois quilômetros, inúmeras faixas do Congresso da Fifa se misturam ao lema “não ao racismo”. Bandeiras das 211 afiliadas também estão por toda parte, celebrando o futebol apesar da proximidade de tanques de guerra do exército paraguaio.

“Não tem que seguir só falando ou emitindo notas. Tem que fazer as coisas e exterminar com o racismo. Se afeta ou não o jogador, não importa, não se pode ser racismo. É o lema que falamos no Brasil: ‘fogo nos racistas’”, afirmou o ex-jogador e hoje comentarista Felipe Melo, entre um jogo e outro com lendas do futebol mundial.

“O racismo é parte da sociedade e o futebol está inserido nisso. O que temos que fazer é trabalhar para que seja um ambiente de união e de valores do esporte. As marcas que querem estar conosco, querem ver uma boa partida e não quer ver nenhum tipo de discriminação”, completou Mauro Silva, tetracampeão com a seleção brasileira e vice-presidente da Federação Paulista de Futebol.

Entrada do 75º Congresso da Fifa - André Avelar / PLACAR

Entrada do 75º Congresso da Fifa – André Avelar / PLACAR

O tema não gera constrangimentos mesmo após a analogia do presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, em que comparou “Tarzan sem Chita” ao comentar a possível saída de times brasileiros da Libertadores. O tema inicialmente foi levantado pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que integra a comissão brasileira. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, também está em Luque para o evento. Dominguez se desculpou pela fala.