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Com fortes ataques no caminho, defesa brasileira terá que provar sua força

Passagem até a final reserva à equipe de Tite adversários que tendem a dificultar a vida do Brasil

Na próxima segunda-feira, a seleção brasileira enfrentará o México, em Samara, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Depois de uma primeira fase relativamente tranquila, período no qual o time não perdeu e tomou apenas um gol, a equipe comandada por Tite passará a ser realmente testada, principalmente sua defesa, que teve como destaque nos jogos iniciais o zagueiro Thiago Silva, do Paris Saint-Germain. A tendência daqui em diante é que os adversários até uma eventual final, com estilos semelhantes e times que buscam o ataque, dificultem a vida do Brasil.

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O México, comandado por Juan Carlos Osorio, tem como ponto forte o contra-ataque – o tridente ofensivo, formado por Carlos Vela, Hirving Lozano e Javier Hernández, o Chicharito, não guarda posição, movimenta-se constantemente pelo ataque e cria diversas chances de gol. Foi exatamente dessa forma que a seleção venceu a atual campeã Alemanha, logo na primeira rodada da Copa (1 a 0). Os mexicanos tiveram 40% da posse de bola, o que pode ser um indício de que o Brasil enfrentará uma equipe que se dá bem nos contra-ataques.

Outro ponto a ser destacado é o meio-campo mexicano. Como pede a cartilha do futebol moderno, os jogadores desse setor não têm funções limitadas: ou só marcam ou só atacam. Andrés Guardado, capitão da seleção, Miguel Layún e Hector Herrera têm qualidade suficiente para municiar o ataque.

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Também contra os mexicanos, o ataque brasileiro será posto à prova. Segundo estatísticas da Fifa, o Brasil é a segunda seleção que mais finalizou (56 vezes) e acertou o gol (dezenove vezes) nesta primeira fase. Debaixo das traves estará o goleiro Ochoa, que é quem mais executou defesas até aqui – foram dezesete em três jogos. O quarteto ofensivo, formado por Neymar, Gabriel Jesus, Willian e Coutinho, finalizou 22 vezes, acertando doze delas.

Quartas de final

Passando pelo México, os adversários das quartas de final podem ser Japão ou Bélgica. Os asiáticos, embora tenham uma qualidade técnica que lhes permite criar jogadas, tendem a repetir o esquema tático dos adversários brasileiros da fase de grupos, preocupados mais em obstruir do que em criar jogadas. Por outro lado, caso os belgas avancem, haverá o jogo que mais deve testar a defesa de Tite.

Até o momento, o ataque belga é o mais goleador – nove gols em três jogos. Além disso, estão exatamente atrás do Brasil no quesito chute em direção ao gol, ocupando a terceira posição do ranking, com 53 finalizações. A Alemanha, já eliminada, foi a que mais arriscou: 67 vezes, com apenas dois gols.

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Se a seleção da Bélgica é apontada como uma das favoritas ao título, o atacante Romelu Lukaku, do Manchester United, é a esperança de gols do técnico Roberto Martínez. Poupado do confronto contra a Inglaterra, esse camisa 9 é letal: o canhoto disparou cinco chutes e balançou as redes em quatro oportunidades, um aproveitamento de 80%. Ele esteve em campo por 149 minutos, ou seja, marca um gol a cada 37,25 minutos.

Semifinal

Se chegar entre as quatro seleções finalistas, o Brasil poderá enfrentar seleções como Portugal, Uruguai, França ou Argentina. Os lusitanos contam com o faro de gol de Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo e um dos artilheiros da Copa, com quatro gols. O Uruguai, além de ter o mesmo número de gols marcados que a seleção brasileira, possui uma perigosa dupla de ataque, formada por Luis Suárez e Edinson Cavani. A Celeste é, ainda, a única seleção que não tomou gol no Mundial. E a força defensiva do time, uma característica histórica do futebol uruguaio, passa pelo entrosamento dos zagueiros Godín e Giménez, parceiros no Atlético de Madrid, da Espanha.

A França, por sua vez, é uma seleção que possui um ataque rápido e promissor, formado por Griezmann, Mbappé e Dembelé. Assim como na seleção mexicana, o trio do técnico Didier Deschamps se movimenta constantemente, o que pode dificultar o trabalho da linha defensiva brasileira. Quem pode ganhar uma vaga é o centroavante Olivier Giroud, de 1,93 metro, que tem como ponto forte um fundamento que preocupa o técnico Tite: o jogo aéreo. Em 24 jogos à frente da equipe, sua defesa sofreu seis gols, mas cinco nasceram de jogadas pelo alto. O único gol sofrido nesta Copa, contra a Suíça, saiu de um escanteio.

Por fim, a bicampeã Argentina pode ser a adversária dos pentacampeões na semifinal. A equipe de Jorge Sampaoli conquistou a classificação na bacia das almas, no último jogo, contra Nigéria, mas conta com a genialidade de Lionel Messi, sedento por uma conquista mundial para dar fim ao calvário que vive capitaneando a seleção de seu país. Nesta Copa do Mundo, a seleção argentina é a sexta que mais finalizou, com 44 chutes.

Final

Do outro lado da chave, Inglaterra e Espanha, se confirmarem o favoritismo, podem se enfrentar na semifinal, de onde sairá um eventual adversário brasileiro para o dia 15 de julho, no Estádio Luzhniki. Os ingleses têm hoje o artilheiro da competição, Harry Kane. O índice de aproveitamento do furacão inglês, inclusive, impressiona. Segundo a Fifa, o atacante do Tottenham finalizou seis vezes em dois jogos – ele foi poupado contra a Bélgica. Como marcou cinco gols, tem um aproveitamento de 83,3%. E, como atuou por 153 minutos, comemora a cada 30,6 minutos.

Os espanhóis, por sua vez, têm como característica a manutenção da posse de bola. Contra Portugal, Irã e Marrocos, ficaram com a bola, em média, 66,3% do jogo. Até aqui, com 2089 passes, é a seleção que mais passou a bola de pé em pé. Por isso, o elogiado sistema defensivo da seleção precisa manter a concentração, a fim de não dar espaços para que os sempre perigosos passes de Iniesta resultem em infiltrações.

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