Oscar, do São Paulo, sofreu um quadro de mal estar cardíaco durante exames físicos, na última terça-feira, 11, no CT do clube. O meio-campista desmaiou enquanto praticava teste na bicicleta ergométrica e foi levado em ambulância ao Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

O jogador retomou consciência em poucos segundos e, neste momento, está clinicamente estável, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Na unidade hospitalar, foi submetido a cateterismo de diagnóstico e ressonância magnética, visando descobrir a origem do problema.

Segundo apuração anterior da reportagem, o meia de 34 anos já havia tido alterações detectadas quando realizou exames para monitorar lesão na coluna. No entanto, um laudo médico permitia seu retorno às atividades.

Dessa forma, o evento agudo da última terça assustou companheiros de clube e culminou na divulgação do problema, reacendendo a questão sobre cardiopatia em atletas. Assim, PLACAR buscou contato com especialista, visando entender de modo mais profundo os problemas no coração de jogadores.

O que diz a medicina?

De acordo com o Dr. Bruno Bassaneze, cardiologista, médico do esporte e que faz parte da equipe que realiza exames cardiológicos no São Paulo, alterações em exames são muito comuns em atletas. O profissional, que por questões éticas não pode falar especificamente do caso específico, disse que nem sempre esses problemas são incompatíveis com o exercício.

“É muito comum que existam pontos de atenção em exames de jogadores. Muitas delas, inclusive a maioria, são fisiológicas, relacionadas a esforço, que a gente chama, no geral, de coração de atleta. Muitas vezes, alterações que não são esperadas, extremas ou até mesmo patológicas, podem ser compatíveis com o exercício, inclusive exercício em caráter profissional.”

E prosseguiu, pontuando que, em determinado casos, o afastamento das atividades é o indicado: “Mas tem outras questões que realmente não tem como liberar. Ou seja, o aconselhamento para o encerramento da carreira depende de vários fatores, é uma decisão individualizada, que está muito relacionada à doença que o atleta tem, como está a condição dela naquele momento e o quanto o exercício é deletério e pode fazer com que ele tenha um evento relacionado a essa doença de base.”

Oscar voltou ao São Paulo depois de quase 15 anos - Rubens Chiri/Divulgação/São Paulo FC