O Heart of Midlothian FC, ou somente Hearts, vem surpreendendo na temporada 2025/26 na Scottish Premiership e coloca em risco o domínio histórico dos gigantes Celtic e Rangers, que juntos venceram 110 das 128 edições do Campeonato Escocês desde 1986 — uma hegemonia que já dura quase quatro décadas.
A liderança do Hearts na liga escocesa é um dos principais motivos dessa mudança de cenário. O clube de Edimburgo termina o ano de 2025 à frente na tabela, com desempenho consistente e vantagem de pontos sobre os clubes de Glasgow — situação inédita para um time fora do tradicional “Old Firm”.
O Hearts vai para o Natal com 41 pontos e seis de vantagem em relação ao vice-líder, Celtic, ainda que o rival tenha um jogo a menos. O outro gigante, Rangers, é somente 4º colocado, com 12 atrás do líder azarão.
A última vez que um time que não Celtic e Rangers venceram o Campeonato Escocês foi em 1985. Na época, o Aberdeen surpreendeu com uma dobradinha liderado pelo técnico sensação Alex Ferguson.
Investimento e crise nos rivais
A campanha não é fruto do acaso: o clube recebeu um investimento de cerca de 9,8 milhões de libras (aproximadamente R$ 73 milhões) do empresário inglês Tony Bloom, dono do Brighton & Hove Albion, da Premier League, que adquiriu 29% das ações da equipe escocesa e prometeu “quebrar o padrão de domínio” imposto pelos rivais.
Além do aporte financeiro, o Hearts também incorporou ao seu projeto um sistema avançado de análise de desempenho utilizado pelo Brighton e por outros clubes europeus, o que tem auxiliado no recrutamento de jogadores e na estratégia de preparação da equipe. O clube realizou 11 reforços pontuais, incluindo o brasileiro Eduardo Ageu, e sob o comando do técnico Derek McInnes vem acumulando resultados que o mantêm firme na briga pelo título.
Enquanto isso, Celtic e Rangers enfrentam dificuldades internas nesta temporada. Ambos já demitiram treinadores durante a campanha, algo inédito na história recente do futebol escocês, e tiveram desempenhos abaixo do esperado nas competições nacionais e também na Liga Europa.
Essa crise coletiva abriu espaço para que o Hearts se consolidasse como a principal ameaça ao tradicional duopólio de Glasgow, algo que não acontecia desde meados da década de 1980.





