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No caldeirão de Stratford, os britânicos têm noite histórica

Elogiado pelo COI, o público local enche o Estádio Olímpico, faz muito barulho, ajuda time da casa a conquistar três ouros e coroa nova rainha, Jessica Ennis

Numa das provas mais longas do atletismo, os 10.000 metros rasos, a torcida britânica permaneceu de pé, aos berros, durante 27min30, para impulsionar o fundista Mo Farah ao ouro

O duque e a duquesa de Cambridge nunca devem ter ouvido tanto barulho. Com a presença de William e Kate no camarote real, a Grã-Bretanha brilhou no atletismo neste sábado. E um dos ingredientes essenciais na fórmula vencedora do time da casa foi o apoio vindo das arquibancadas – um ruído fortíssimo, que preenchia o estádio todo a cada vez que um atleta da Grã-Bretanha competia. A empolgação dos torcedores da casa é tamanha que até o Comitê Olímpico Internacional (COI) fez uma menção especial a eles na tarde deste sábado. Para a porta-voz Jackie Brock-Doyle, tanto os atletas quanto os dirigentes olímpicos estão “impressionados” com o apoio do público do país-sede, famoso por ser apaixonado por esporte (e por entender bastante do assunto). “É inacreditável. Os espectadores britânicos são espetaculares”, elogiou. E a devoção da torcida local aos seus ídolos foi recompensada neste segundo dia de competições do atletismo, com um desempenho histórico. Foram nada menos que três ouros num intervalo de uma hora, com destaque para uma das conquistas mais aguardadas pelos britânicos nestes Jogos. Jessica Ennis, uma das estrelas caseiras da Olimpíada, confirmou o favoritismo, venceu o heptatlo e foi coroada a rainha do Estádio Olímpico por uma torcida enlouquecida.

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Jessica já estava disparada na frente da contagem de pontos de sua prova, uma das mais difíceis do atletismo. Chegou à competição final, os 800 metros rasos, em situação bastante confortável. Mas os aplausos e gritos incessantes da torcida empurraram a atleta à vitória na corrida, fechando de forma espetacular sua campanha olímpica. Nenhum número musical da barulhenta cerimônia de abertura do último dia 27 deve ter atingido o nível de decibéis sentido dentro do estádio no momento em que Jessica cruzou a linha de chegada. Mas não foi só ela quem levantou as arquibancadas. Quase ao mesmo tempo, outro britânico, Greg Rutherford, 25 anos, conquistava o ouro no salto em distância, numa prova em que o Brasil foi representado pelo saltador Mauro Vinícius da Silva, o Duda, sétimo colocado na final, com 8,01 metros em sua melhor tentativa. Rutherford saltou 8,31 metros e venceu a prova até com certa folga – ele passou dos 8 metros em três das seis tentativas, sempre com uma bateria de aplausos a incentiva-lo. Mas faltava, ainda, o capítulo mais épico da noite. Numa das provas mais longas do atletismo, os 10.000 metros rasos, a torcida britânica permaneceu de pé, aos berros, durante 27min30, para impulsionar o fundista Mo Farah ao ouro, o terceiro da noite para os britânicos no atletismo. Farah já era favorito. No caldeirão de Stratford, porém, qualquer atleta da casa ganha uma dose adicional de combustível.

Mo Farah: uma chegada espetacular depois de 27min30 sob aplausos incessantes
Mo Farah: uma chegada espetacular depois de 27min30 sob aplausos incessantes VEJA
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