Boca pede que torcida não cometa racismo em decisão com o Corinthians
Com casos de discriminação nos três encontros entre as equipes no ano, decisão preocupa diretoria argentina; confronto começa às 21h30 (de Brasília)
Horas antes do decisivo confronto entre Boca Juniors e Corinthians, pelas oitavas de final da Libertadores, a diretoria do clube argentino divulgou um comunicado pedindo que torcedores xeneizes não cometam manifestações racistas na partida desta terça-feira, 5, às 21h30 (de Brasília), em La Bombonera. Todos os três encontros entre argentinos e brasileiros nesta temporada foram marcados por registros de ofensas raciais, resultando na prisão de torcedores.
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“O Boca Juniors chama mais uma vez à reflexão os torcedores para viver a partida desta terça na Bombonera com paixão, mas longe de todo tipo de manifestação racista”, iniciou dizendo o clube no comunicado.
Boca no discrimina 👉 https://t.co/PIJ3CbkwNF pic.twitter.com/dhDOUA6lpY
— Boca Juniors (@BocaJrsOficial) July 5, 2022
“Esta nova partida contra uma equipe do Brasil representa outra oportunidade para rechaçar qualquer ato xenófobo que ataque os direitos de qualquer grupo e para demonstrar o aprendizado dos episódios recentes, que não apenas causam dano à imagem do clube como também à economia. O Boca, vale dizer mais uma vez, não discrimina”, completou em outro trecho.
O clube argentino lembra que a Conmebol anunciou ter endurecido penalidades com a criação de um novo Código Disciplinar, que agora prevê multa mínima de 100 mil dólares (500 mil reais) e suspensões de jogadores, perda de mando de campo, a imposição de portões fechados para clubes punidos e até banimento do torneio.
“Cabe recordar mais uma vez que a Conmebol endureceu severamente as multas aos clubes participantes em casos de racismo e que a reiteração destes comportamentos não apenas podem acarretar penas econômicas maiores, mas também até o fechamento do estádio. Da mesma forma, de parte do clube esse tipo de conduta implica uma ação que pode ser passível das sanções mais duras previstas no estatuto, como a expulsão da condição de sócio ou sócia”, afirmou.
Os dois jogos entre as equipes, na fase de grupos, foram palcos de atos racistas – e impunidade. Na primeira partida, dia 26 de abril, em São Paulo, um argentino foi enquadrado no crime de injúria racial, mas solto em poucas horas.
O homem ainda zombou do acontecido e voltou a fazer publicação de teor racista voltando para seu país. O segundo jogo, em 17 de maio, não foi diferente. Um torcedor do Boca Juniors foi flagrado imitando um macaco em direção à torcida do Corinthians.
Amigo meu está na torcida do Corinthians pro jogo de hoje, contra o Boca, em La Bombonera. Mais “caso isolado” de racismo nas competições da @CONMEBOLBR.
Até quando essa porra vai continuar e esses criminosos vão continuar saindo impunes? INACEITÁVEL! pic.twitter.com/WIOQFWDdB1
— JV ★彡 (@JVBarros_08) May 17, 2022
Já no último encontro, no empate sem gols em São Paulo, dois torcedores do Boca foram presos por injúria racial por imitar um macaco, e outro ficou detido após saudação nazista. Liberado inicialmente, o torcedor que fez alusão ao movimento supremacista alemão voltou à prisão por apologia ao nazismo.
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