A má fase de Neymar, que até o momento não recebeu nenhuma oportunidade do técnico Carlo Ancelotti, repercute entre lendas da seleção brasileira. Os campeões mundiais Ronaldo (2002) e Tostão (1970) divergiram ao tratar da chance de o veterano do Santos participar da Copa do Mundo de 2026.

No atendimento à imprensa antes do leilão que organizou em São Paulo, Ronaldo chegou a comparar o caso de Neymar com o drama que viveu para se recuperar a tempo de disputar a Copa do Mundo da Coreia e do Japão. Na ocasião, o fenômeno foi campeão e artilheiro do torneio, depois de passar mais de um ano se recuperando de lesão.

“Está todo mundo ansioso com essa história do Neymar. Acho que tem tempo ainda, vivi uma situação muito pior e mais dramática em 2002 e no fim tudo terminou bem. O jogador abre mão de muita coisa para viver esse sonho de ser jogar. O Neymar não é diferente, com certeza ele abre mão de muita coisa. Acho que sim. Depende só dele para se superar e calar a boca de muita gente que não acredita. O Ney é um garoto sensacional, é a nossa maior esperança para a Copa do Mundo. Vamos torcer muito por ele”, afirmou o otimista Ronaldo.

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Já Tostão, camisa 9 do Brasil no tricampeonato no México, foi bem mais cético. “Se Neymar não mudar, Ancelotti não vai convocá-lo, mesmo que passe a atuar durante todo o tempo em todas as partidas. A seleção não precisa dele do jeito que tem jogado. Ele é que precisa da seleção”, afirmou Tostão em sua coluna na Folha de S. Paulo.

“Neymar, 33 anos, parece em campo um veterano de mais idade, diferentemente de vários outros jogadores com mais idade do que ele. No empate por 0 x 0 entre Cruzeiro e Fluminense, o goleiro Fábio, 45 anos, e o zagueiro Thiago Silva, 41, foram novamente os grandes destaques do Flu. Fábio continua ágil e preciso. Thiago Silva se posiciona muito bem, antevê o lance e desarma sem tocar no adversário”, completou Tostão.

Ancelotti fala sobre Neymar à PLACAR

Em entrevista exclusiva à PLACAR, não foi diferente. Ancelotti disse também alimentar expectativas pela volta da melhor versão física de Neymar, mas externou que vislumbra utilizá-lo em uma posição diferente da que joga atualmente: como um falso 9.

“A verdade é que o futebol de hoje pede muitas coisas. Não só o talento, mas também a condição física, a intensidade… tomara que o Neymar esteja em seu melhor nível”, afirmou Ancelotti.

“Eu acho que ele tem que jogar [na faixa] mais central, não como extremo porque os extremos no futebol de hoje são jogadores que você precisa que ajudem também a nível defensivo. Quando joga um pouco mais por dentro, o trabalho defensivo é muito menor do que quando atua como um extremo. E também acho que um jogador com muito talento, mais perto do gol, tem mais oportunidade de marcar gols. [Falso 9] pode ser a sua posição ideal”, explicou Ancelotti.